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No Distrito Federal, criança é retirada de dentro de shopping à força

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publicado em 10/11/2014 às 12h33

Imagens feitas por uma cliente do shopping Conjunto Nacional, em Brasília, mostram o momento em que dois seguranças levam um garoto pelos braços para fora do prédio. O menino chora e diz que os agentes o estão machucando. Um terceiro segurança acompanha a ação e tenta barrar a filmagem, mas o grupo segue caminho até a saída do shopping. Já depois da catraca do estacionamento, a criança é liberada e sai correndo em direção à área externa.

Fiquei chocada. É uma criança, provavelmente estava morrendo de fome. Poderiam repreender, mas não precisavam da violência. Foi um abuso enorme"
Malu Rodrigues, publicitária

O caso aconteceu na tarde de sexta-feira (7). A filmagem foi feita pela publicitária Malu Rodrigues, de 29 anos. Segundo ela, a vítima era moradora de rua. Quando perguntou aos seguranças sobre o motivo da ação, eles disseram que o menino colocou a mão no prato de clientes na praça de alimentação, afirmou.

"Fiquei chocada. É uma criança, provavelmente estava morrendo de fome. Poderiam repreender, mas não precisavam da violência. Foi um abuso enorme", diz.

Em nota, o Conjunto Nacional afirma que "tomou conhecimento do ocorrido e que está apurando as informações. O empreendimento abrirá processo interno e tomará as medidas cabíveis caso seja necessário."

Malu conta que foi ao shopping com uma amiga e ouviu os gritos da criança assim que chegou à praça de alimentação. "Ainda nem tinha feito o pedido. Ouvi alguém gritando ‘me larga, me larga, estão me machucando’ e de repente apareceram três seguranças com esse menino, que deve ter uns 8, 9 anos", diz Malu. Quando eles se afastaram um pouco, ela diz que pegou o celular por impulso e correu para filmar.

A ação da cliente teria incomodado os seguranças. "Eles foram pela escada de serviço, onde ninguém passa. Acho que não queriam dar na vista. Quando um dos caras me viu, ficou extremamente irritado, tentou barrar minha passagem. Fiquei com medo porque não sabia para onde estavam levando", diz.

Malu diz ainda que, ao desligar o celular, foi intimidada pelos seguranças. "Eles vieram para cima de mim, falaram ‘se acontecesse com você, você ia chamar a gente’, mas continuei argumentando que nada justificava aquela agressão".

A reportagem tentou contato com as secretarias da Criança e de Desenvolvimento Social do GDF, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

G1

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