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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Terreno movediço

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publicado em 17/03/2012 às 18h23

Por mais que o empresário Mercinho Lucena queira recorrer ao surrado maniqueísmo de carimbar a mal explicada operação que lhe presenteou com terreno como sendo invenção da “mídia palaciana”, o filho do senador Cícero Lucena precisa entender que deve sim explicações à opinião pública.

Não apenas ele, mas, sobretudo, o ex-governador José Maranhão, avalista da transação perpetrada, em absoluto silêncio, exatamente no último dia de seu governo, interrompido com a derrota nas urnas e reeleição frustrada pela teimosia e insistência do então candidato do PSB, Ricardo Coutinho.

O filho de Cícero se defende dizendo que não houve doação e sim contrato de aluguel com opção de compra. Assegura ainda que vem honrando todas as parcelas. Bacana, mas ser bom pagador, como demonstra, não faz da cria do senador detentor do divino direito de ser beneficiário de operação tão obscura quanto pouco transparente.

A erupção desse caso, só agora dado ao conhecimento público, revela em tons claros que a política, a administração e o erário nestas bandas não passam de meros instrumentos de interesses paroquiais dos grupos que se servem do poder, engordam e arrotam das suas benesses. De preferência, em banquete bem longe dos olhos do povo.

Negativa – A versão do empresário Emerson Lucena. “Em nenhum momento houve doação de um terreno para a empresa de que faço parte como a mídia palaciana insiste em divulgar”.

Diferenciação – “… E sim um contrato de aluguel com opção de compra, firmado entre minha empresa e a Cinep, modalidade esta prevista por lei e que já contemplou centenas de empresários”.

Empresário nega privilégio – E prossegue com a tentativa de explicação. “Não só no governo Maranhão III, como em governos anteriores. Terceiro, tenho pago estritamente em dia todas as parcelas estipuladas no contrato, derrubando a tese de que seria uma doação. Quarto, enquanto outros estados abrem as suas portas para o desenvolvimento…”.

As ironias do estino – “…E a criação de novas empresas, na minha própria terra sou obrigado a conviver com essa situação, que não passa de mera perseguição política. Por último venho esclarecer que, enquanto houver possibilidades, estarei lutando até o fim…”.

Pimenta nos olhos dos outros – Mercinho e o pai foram radicalmente contrários à troca da Acadepol, entre Governo e Roberto Santiago, que também vai gerar empregos. A diferença é que na permuta houve avaliações de preço, projeto de lei e discussão na Assembléia. À luz do dia.

Virada – Se a oposição for levar o seu discurso ao pé da letra, é bem provável que a coerência os empurre a sugerir a criação de CPI do Reveillon, pra investigar o ‘presente’ de fim de ano.

Nem sim… – Inquirido pelo repórter Henrique Lima, o governador Ricardo preferiu não se aprofundar sobre a especulada mudança no comando da Secretaria de Esportes.

…Nem não – O socialista enfatizou que tanto na Prefeitura de João Pessoa quanto agora no Estado nunca teve problemas ou traumas de mudar, quando julgar conveniente fazê-lo.

Tática – Apesar de insistentes contatos, o secretário Fábio Maia, que chegou de viagem oficial, não foi localizado para comentar o assunto. Prefere assistir, antes de falar do jogo.

Arquivo – O ministro Aguinaldo Ribeiro remexeu seu baú e recordou a verdadeira origem e inspiração da ação de improbidade administrativa que até hoje responde na Justiça.

Educação – A posse de mais de mil novos professores estaduais ontem merece registro especial. Pela seleção em concurso público e por suprir setor essencial à cidadania paraibana.

Tom – A pré-candidata do PSB, Estelizabel Bezerra, deixou a parcimônia de lado. A ex-secretária sinalizou que pretende lembrar o currículo dos seus adversários ao eleitor.

Brincadeira séria – Após as cavilosas declarações do deputado Toinho do Sopão (PTN) já tem vereador levando na gozação. “Nenhum político teria coragem de sugerir a CPI da Bigamia”.

Celeridade – O juiz Marlon Reis, “pai” da Ficha Limpa, exortou a Justiça a responder em tempo hábil às acusações, processos e demandas contra políticos, como pleiteia e deseja a sociedade.

Tudo ou nada – A disputa no encontro interno do PT neste domingo é questão de vida ou morte para a ala liderada pelo ex-deputado Rodrigo Soares. Volto ao tema amanhã com mais detalhes.

PINGO QUENTE – “Estão tentando ludibriar os petistas”. Do advogado Anselmo Castilho (PT) acusando a ala de Luiz Couto de induzir militantes a votar na tese de aliança pensando votar na candidatura própria.
 

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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