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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Limites da governabilidade

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publicado em 25/03/2012 às 18h38

À semelhança do plano federal, onde Dilma de repente tentou quebrar uma lógica tão bem utilizada pelo seu próprio mentor (Lula), na Paraíba há um confronto deflagrado pela postura diferenciada do governador Ricardo na relação com seus aliados. E o governo já colhe os frutos negativos dessa ruptura.

Convenhamos. Ricardo não terá vida fácil se insistir nessa linha de quebrar os paradigmas das negociações políticas individuais com os parlamentares. Por outro lado, deve o governador se render à promiscuidade de interesses que vez por outra vira regra e moeda de troca nas votações de matérias e projetos no Legislativo?

De fato, vivemos uma dicotomia que nos carrega a outra impreterível reflexão: o papel do deputado é votar à luz da consciência ou a partir do deferimento de suas pretensões políticas? É pra isso que serve um legislador? Pra rejeitar tudo em represália a demandas reprimidas ou aprovar de olhos fechados só para honrar a fatura paga?

A crise de convivência entre governo e base aliada na Paraíba nos traz um elemento novo na recente história política paraibana e por, conseguinte, uma discussão bem atual: qual é o limite ético que deve nortear a negociação entre governo e deputados? A boa e responsável política responde: o limite do interesse público.

Base – Se Ricardo se nega a pagar essa fatura, presume-se que o governador se ampara em alguma premissa capaz de lhe dar conforto para conviver diante de terreno tão hostil.

Aposta – No caso de Dilma, a popularidade lhe empresta respaldo. Na Paraíba, com cenário adverso, Ricardo deve estar apostando que ao final o povo lhe dará razão. E reeleição.

A explicação de Veneziano sobre a SP – O prefeito Veneziano Vital contactou a Coluna para se pronunciar acerca da contratação da SP Alimentação, que fornecerá o café-da-manhã aos garis do município. “Se a empresa tiver a melhor proposta, apresentar os documentos, ela pode concorrer sim, e ninguém pode desclassificá-la por acusações seja em João Pessoa ou no Cairo…”.

Situações idênticas – A curiosidade é que esse foi o recorrente argumento ostentado por Ricardo Coutinho, inicialmente, e Luciano Agra, posteriormente. A oposição cobrava o fim do contrato com a SP exatamente pelo fato da empresa ser acusada de desvios em São Paulo.

Dois fatos novos – Depois de todo oba-oba e pedido de CPI, o TCU não viu dano ao erário no contrato com a Secretaria de Educação da Capital. Não foi o que pregou os oposicionistas pessoenses. Com Campina na parada, pode ser que agora a oposição digira melhor a tal SP.

Hair Stylist – Em dia de solenidade importante, o vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) não abre mão de um corte no Salão de Marquinhos (Malvinas), seu cabeleireiro há 26 anos.

Instinto paterno – O deputado Márcio Roberto (PMDB) tomou chá de sumiço da Assembléia e montou praça em São Bento, no Sertão, para cuidar pessoalmente da campanha do filho.

Práxis – Vários traços diferenciam Damião Feliciano (PDT) e Wellington Roberto (PR) e um os assemelha: ambos só definem os apoios de suas siglas no último minuto da prorrogação.

Excentricidade – Diariamente, o Comitê de Imprensa da Assembléia se enche de expectativa para conhecer qual será o novo figurino estrambótico a ser exibido por aquela deputada.

Cítrico – O advogado Zé Araújo, ex-candidato a prefeito pelo PMN, agora fiel escudeiro de Romero Rodrigues (PSDB), não tem mais como esconder seu papel na campanha de 2004.

Flechado – Maldade circulando na ágora paraibana: a sobrinha de um deputado que, inclusive integra o seu gabinete, provoca suspiros de um novato parlamentar na Assembléia.

Operante – A Assessoria de Durval Ferreira (PP) está atenta. Quando algum portal divulga especulações com o nome do vereador pra vice, o assunto é inflado nas redes sociais.

Na berlinda – Dizem na Serra da Borborema que influente auxiliar do primeiro time de Veneziano está com os dias contados no cargo: E não é pelo prazo de desincompatibilização…

Injeção – Sozinho, o deputado Ruy Carneiro (PSDB) apresentou emenda (R$ 3,7 milhões) que equivale a soma alocada por toda a bancada para melhoria do Hospital Napoleão Laureano.

Getsêmani – Vai ver que o DEM adiou para depois da Semana Santa a sua esperada reunião de definição de candidatura para se livrar da tentação do pecado em plena Quaresma.

PINGO QUENTE

“Hoje tem mais de dez pra escolher”.

Do deputado Ruy Carneiro (PSDB) gabando-se da lista de vices na mesa tucana e refutando isolamento do senador Cícero Lucena.
 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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