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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Verdade de um 1º de abril

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publicado em 01/04/2012 às 12h05

Como não queria admitir que seria mentira se neste primeiro dia do mês de abril estivesse a noticiar a distensão sincera e desinteressada dos grupos políticos antagônicos deste Estado. Seria bom demais tratar como verdade a evolução dos nossos principais agentes na direção de uma cultura de convergência, respeitadas as naturais divergências.

 O paraibano faria força e gostaria muito de acreditar que finalmente nossos autorizados representantes se dispuseram a ser signatários de uma carta de intenções firmando compromissos comuns de luta aqui e em Brasília, num gesto de desprendimento e espírito público, fim de uma Era perdida.
 

Faria o maior esforço, juro, para convencer os mais incrédulos pelas ruas. Bradaria: “Escutem, apesar de aparentar mentira, dado ao histórico das últimas décadas, na verdade os nossos homens públicos desertaram da mesquinharia, da picuinha e pela primeira vez se ajuizaram e se renderam ao bom senso e ao interesse coletivo”.

Dita hoje, essa é daquelas mentiras ou devaneios que a gente de bem dessa terra ensejaria repetir mil vezes, se possível, até um dia virar verdade verdadeira, e que me perdoem o apelo ao pernicioso mandamento nazista. Releve. Seria por uma boa e justa causa. Nesse nosso caso, quase perdido, os fins justificariam plenamente os meios.

Líder –
A pesquisa Correio/Consult deu o esperado. A deputada Daniella Ribeiro (PP) tem aproveitado bem sua exposição e parte na frente na sucessão em Campina Grande.

Conforto –
Dado a favor da líder pré-candidata: ostenta 27% das intenções de votos na cidade e apresenta baixa rejeição (9,4%), apesar de já estar no seu segundo mandato parlamentar.

Liderança e discurso anti-polarização –
Os números mereceram interpretação ousada da deputada. Ela vê sua inserção na dianteira da disputa um sinal de ruptura da histórica e tradicional polarização dos grupos predominantes da política local. Pelo visto, a pré-candidata já se sente confortável a repelir aliança com os clãs Cunha Lima e Vital. Ousadia perigosa pro futuro.

Construção de base partidária –
Se jogar bem, Daniella vai ter que potencializar sua liderança atual para capitalizar em cima da atração de novos partidos ao seu projeto. Seu patamar depende também do bloco partidário que ela for capaz de costurar. Hoje, o seu arco sofre limtação.

Objetivo alto, sapato baixo –
A deputada deve redobrar atenções no texto do seu discurso. Se menosprezar a liderança carismática de Cássio e Veneziano, maiores cabos eleitorais da cidade, corre o risco de angariar antipatia dos seguidores dos dois lados.  O que pode virar uma barreira.

Consolidação –
O deputado Romero Rodrigues (PSDB), “dono” da preferência de 24,92% do eleitorado, conseguiu se afirmar no páreo e afastar o fantasma da substituição.

Pé de igualdade –
Quase empatado com a atual líder, o tucano também tem rejeição que oscila no mesmo patamar da filha de Enivaldo Ribeiro. Ou seja, tem campo aberto pra crescer no pleito.

Hora de voar –
Contra o deputado pesa a visível dependência da sonda cassista. Cássio já lhe deu substância eleitoral, cabe agora a Romero desarnar e se revestir de penugem própria.

Subindo degraus –
Com 11,69%, a secretária de Saúde, Tatiana Medeiros (PMDB), ultrapassou a temida barreira dos dois dígitos, conforme a Coluna já havia antecipado há mais de um mês.

Ascendência –
“O maior crescimento foi o meu. Apresentamos uma curva ascendente. Em janeiro, tínhamos cinco candidatos no PMDB”, avaliou Tatiana, em contato com a Coluna.

Sem cartola –
Perguntada se não deveria figurar em situação numérica mais confortável, vide o apoio do prefeito Veneziano Vital, Tatiana retrucou: “Esse é um alicerce. Não é mágica não”.

Solo –
E emendou: “Os outros concorrentes estão na estrada há muitos anos. Não faço parte de uma oligarquia. Meu aparecimento foi através do meu trabalho e da vontade de ajudar”.

Lá na frente –
Tatiana tem razoável margem de rejeição: 11,5%, mas aposta no período da campanha propriamente dita. “O povo ainda vai conhecer as idéias e a capacidade de cada um”.

Trava –
O isolamento do deputado Guilherme Almeida (PSC) explica os seus 5,85% e rejeição de 7,8%. Sem o vital endosso do seu grupo, está condenado a estagnar nesse patamar.

Efeito colateral –
O barulho da reitora Marlene Alves (PC do B) não empolgou além das cercanias da UEPB. Ela tem 1,08%, mesmo com inusitados apoios de vereadores neo-comunistas.

PINGO QUENTE – “Humildade e pezinho no chão não faz mal a ninguém”. Da deputada Daniella Ribeiro (PP), líder na pesquisa Correio Consult, mandando indireta com endereço feminino certo.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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