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A conclamação de Polari

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publicado em 02/04/2012 às 20h01

“Paraibanos, unamo-nos politicamente! Há uma causa que nos impõe um grande esforço nesse sentido. Não podemos deixar que o espectro da pobreza e do atraso avance sobre nós”.

O parágrafo acima, que está entre aspas, corresponde ao teor de como Rômulo Polari, Reitor da UFPB, concluiu seu artigo intitulado “Paraíba e nossos problemas”, publicado ontem por nossa imprensa. Mais uma vez Rômulo Polari, não só como atual dirigente máximo da UFPB, mas sobretudo como cidadão paraibano e competente economista que o é, manifesta sua preocupação e aponta caminhos para superarmos nossas limitações socioeconômicas.

Não sei exatamente em que cidade ou em que bairro nasceu Rômulo Polari. Sei, porém, que, como contemporâneos, fomos meninos lá no bairro da Ilha do Bispo, aqui em João Pessoa. Desde então Polari já se mostrava muito estudioso, pelo que, não tarde, graduou-se em economia pela UFPB. Não demorou, passou a compor o quadro técnico do BNB, deixando-o pelas “conclamações” da própria UFPB (e de seus alunos) para que sua inteligência ficasse em tempo integral e dedicação exclusiva nessa nossa universidade.

“É claro que a luta dos partidos políticos pela conquista dos poderes executivos e legislativos é legítima e indispensável ao funcionamento das democracias representativas. Mas isto perde o seu sentido essencial se não tiver uma consistente base ideológica comprometida com o desenvolvimento socioeconômico sustentável e o bem-estar da população de uma cidade, um estado ou uma nação”. Assim disse Polari não só por ser um cidadão com os doutorados universitários, mas por ser doutor, também, na experiência de vida, sabendo o quanto dói ver, por exemplo, o bairro da Ilha do Bispo, passados mais de cinqüenta anos de nossa vida de criança, continuar tão igual ou pior do que naquele tempo.

Penso que só faltou Polari incluir, nessa sua conclamação, os demais agentes públicos, como os das próprias universidades, das escolas dos outros níveis de ensino, do Ministério Público etc, ou seja, as instituições que escolham seus dirigentes por eleições democráticas. Que, também em relação a estas, atentemos, como enfatizou Polari, que a “política” não se torne um fim em si mesmo, “quer seja na sua estrutura de ação ou na luta pelo exercício do poder”. Para que não prevaleça (ainda lembrando Polari) “um odioso círculo vicioso, que é a busca do poder pelo poder”
 

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