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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A volta do que não foi

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publicado em 04/04/2012 às 08h03

Todo mundo fala, todo mundo especula, muitos torcem, outros conspiram, mas poucos refletem como reagiria o eleitor, caso o prefeito Luciano Agra de repente anunciasse que repensou muito, analisou bem e tan-tan-tan-tan… Rendeu-se aos ‘clamores’ do povo, de lideranças e outros interessados no seu retumbante regresso.

Não é tão simples como os simpatizantes da tese imaginam ou “vendem”. Agra renunciou o direito à reeleição dias depois de afirmar com todas as forças que sua candidatura era um caminho sem volta. No mínimo, a profecia da ironia que se sucederia na fatídica tarde de sábado do dia 14 de janeiro passado.

Agra abandonou o posto de candidato argumentando opção de se voltar integralmente à gestão. Subentende-se que o prefeito reconhecia, naquele ato, a impossibilidade de conciliar as tarefas de administrar uma cidade complexa e ao mesmo tempo ter que se submeter ao “jogo bruto” da disputa eleitoral.

O que teria mudado de lá pra cá? Os adversários ficaram menos “ferinos”, a oposição abdicou de fazer denúncias “absurdas” ou o gestor já se adaptou ao que lhe causava asco? Enfim, não seria fácil pedir ao eleitor para esquecer tudo o que foi dito numa carta longa, fundamentada e assinada de próprio punho. A não ser que palavra e (até) assinatura já não valham muita coisa hoje em dia.

Contexto –
No dia que anunciasse disposição de voltar, Agra estaria assinando um atestado de fragilidade pessoal e instabilidade política numa época em que o eleitor exige firmeza.

Óbito –
Outro detalhe: do ponto de vista político, ressuscitar uma candidatura que precisou ser substituída seria, da parte do PSB, reconhecer que o seu projeto está à beira da morte.

Negócios com os patrícios –
Apesar da histeria de setores que não conseguem reconhecer nada além da pauta negativa, o governador Ricardo Coutinho tem conseguido, aos poucos, inserir a Paraíba como destino de investimentos externos. Ontem, ele se reuniu no Palácio com um grupo de empresários portugueses que pretendem se instalar na Paraíba.

Redescobrindo oportunidades –
Ricardo assinou protocolo de intenção para implantação de 20 empresas que vão atuar nos segmentos de hotelaria, metalurgia e construção civil. Investimento de R$ 1,2 bilhão. Para os nossos padrões, cifra longe de ser uma piada.

Tempo de colher –
Os primeiros contatos dessa negociação começaram ainda em janeiro na Feira Lisboa/Paraíba. O Estado ofereceu uma área em Caaporã, incentivo na locação e vantagens fiscais. As empresas têm um ano para instalação.

Porte –
Uma das empresas é a FAF – Produtos Siderúrgicos S.A., a maior de Portugal especializada em chapa de aço laminada e na construção metalomecânica e naval.

Vôo marcado –
Depois da Índia, Ricardo faz nova viagem internacional neste domingo. Ele será palestrante em Washinton (EUA) num fórum do Banco Mundial sobre o Nordeste.

Oportunity  –
Na palestra, o governador discorrerá sobre oportunidades e potencial estratégico da Paraíba. Em português, tentará dizer aos gringos que a Paraíba tem muito a oferecer.

Recompensa –
O advogado Anselmo Castilho (PT) foi nomeado ontem chefe de gabinete da CBTU, órgão comandado por Lucélio Cartaxo, irmão do prefeitável Luciano Cartaxo (PT).

Pega ou larga? –
Em contato com a Coluna, Anselmo se mostrou confuso. Ainda não sabe se assume o cargo. “Sou candidato a vereador”. Ele avalia o tema em reunião hoje com Lucélio.

Aprofundamento –
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) emplacou ontem, na Comissão de Educação, proposta de ampliação do debate sobre projeto que trata da greve dos servidores da área.

Cobrança prévia –
O corrosivo deputado Aníbal Marcolino (PSL) espera que, dessa vez, a procuradoria-geral da Assembléia não engavete o mais novo pedido de CPI, o da Jampa Digital.

Filho de peixe… –
Edísio Neto, filho do advogado José Edísio Souto, salvou ontem no TRE a pele do prefeito de Mogeiro, Antônio Ferreira, acusado pelo PRP de infidelidade partidária.

Persistência –
O deputado Guilherme Almeida (PSC) ainda acredita que pode surpreender e virar os números da sucessão em Campina. Afinal, ele é brasileiro. E não desiste nunca.

Procura-se
Interessante a proposta da vereadora Sandra Marrocos (PSB) de instituir meia passagem aos domingos nos coletivos. Quem mais na Câmara terá coragem de aderir à proposta?

PINGO QUENTE – “Nem defunto agüenta”. Do vereador pessoense Mangueira (PMDB) reclamando de “couros” expostos e fedentina insuportável no cemitério do bairro do Cristo Redentor.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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