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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Pedagogia

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publicado em 09/04/2012 às 11h41

Ricardo Coutinho é diferente. Ponto final. Para muitos, uma diferença que marca seu estilo próprio de não abrir mão do controle e centralismo total de sua gestão. Para tantos outros, particularidade que ignora opiniões e o papel sustentador de aliados satélites. Um comportamento até interpretado como arrogância.

Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Ricardo tem sua lógica de mundo e de política. E já deu pra perceber suficientemente que a lógica do governador é totalmente dele, sem se permitir a interferência, ingerência e muito menos pressão. Este é Ricardo Coutinho. Não será o governo e as implicações deste que o mudarão a esta fase da vida.

A escolha dos seus novos auxiliares demarca bem este limite do pensamento ricardista sobre gestão e política. Ele até se permite, por exemplo, a emitir gestos ao parceiro Cássio Cunha Lima nomeando figuras de proa do cassismo, mas não declina de escolher os quadros que julga tecnicamente aptos ao exercício das funções designadas.

O anúncio e posse ontem da nova leva de nomes do primeiro escalão exerce pedagogia – palavra de ordem no núcleo central do ricardismo – com ressonância e conteúdo quase dogmático. Ricardo aproveitou os ajustes administrativos para, ao seu modo, mandar um emblemático recado político. Só não entendeu quem não quis.

Causa… – A escolha específica da nova secretária de Comunicação, a executiva e ex-superintendente da Sudema, Tatiana Domiciano, tem simbologia mais que cristalina.

…E efeito – No impasse entre a postulação de Estelizabel Bezerra, candidata de Ricardo, e a candidatura “avulsa” de Nonato Bandeira, Tatiana ficou com a ungida. E foi premiada.

O tom da nova secretária – A propósito, Tatiana, escolhida para gerenciar a imagem da gestão do PSB, assumiu a espinhosa pasta ontem falando em potencializar a repercussão das ações do governo pela Paraíba afora. “Temos que ser esse canal de ressonância”, disse a nova secretária, sem disfarçar que a palavra de ordem agora é “convergência”.

Ônus e bônus – Contundente o discurso do governador na posse. Ricardo cobrou reciprocidade dos escolhidos. Usou também o momento para mandar mensagem a quem permanece na gestão. “Quem não quiser defender este governo, peça pra sair”.

Sem donos – Os recados do socialista chegaram à caixa postal de muitos partidos e lideranças políticas. O governador avisou: não permitirá de forma alguma na sua gestão a transformação de espaços do governo em feudos. “Isso é inaceitável”.

A pergunta é… – O didatismo e a pedagogia plantada por Ricardo Coutinho em pontos específicos de sua reforma no governo serão semeados no jardim do Centro Administrativo de Água Fria?

Know-how – Só estranha a nomeação do professor (UPEB) Harrisson Targino na Educação quem não sabe do seu desempenho à frente da mesma pasta em Campina, na gestão de Cássio.

Meritocracia – O ex-deputado Ricardo Barbosa fez por merecer o status de super-secretário. Barbosa, que agora acumula a Suplan, agigantou-se na articulação e destravamento do PAC.

Subsistência – O deputado Lindolfo Pires (DEM) só não foi devolvido à Assembléia porque o convidado à Casa Civil declinou. Por enquanto, o democrata segue rastejado na pasta.

Recambiado – Conforme a Coluna antecipara, Fábio Maia (PSB) deixou o Esporte e vai “pastorar” a Secretaria de Interiorização, cujo pífio orçamento mensal não chega aos R$ 30 mil.

Reformulação – De volta à Secretaria de Esportes, o ex-atleta Zé Marco tem a missão de ressuscitar o programa Bolsa Atleta, criado na gestão Cássio, e botar em prática os Jogos Indígenas.

Conceituação – De Walter Aguiar, do programa de governo do PSB. “Não são candidaturas que estão na prioridade do governo”. Tradução: Amorim e Nonato não são bandeiras que se levante.

Pelas beiradas – Para unir o PT, o deputado Luciano Cartaxo marcou para esta semana uma conversa com o superintendente do Sebrae, Júlio Rafael, desafeto da tese de candidatura própria.

Funeral – Com cara de velório, o deputado João Gonçalves também enterrou na sua cabeça o “Volta Agra”. Ele conversa hoje com o prefeito para decidir qual vela acenderá agora.

A última – Com Planejamento, CGE, Municípios, PM, Educação, PAC, Suplan e Esportes, Cássio não tem do que se queixar, como captou Lena Guimarães ao nos brindar com sua volta.

PINGO QUENTE

O problema não é de fácil solução

(Do líder Hervázio Bezerra, para quem governo e Sindifisco precisam renunciar se quiserem de fato o fim do impasse na Assembléia)
 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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