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Greves

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publicado em 28/05/2012 às 08h29

De uns dias a esta data, 23 de maio, quando elaboramos estes  escritos, o noticiário tem pautado, muito, as greves de trabalhadores do setor de transporte público, rodoviário e ferroviário, em cidades brasileiras.

A mais impactante refere-se à do Metrô de São Paulo, pelo que o noticiário de TV, deste instante, 13h25 da quarta-feira, destaca que na capital paulista ocorreu, na manhã deste dia, 249 km de congestionamento.
 

O mesmo noticiário focou as greves dos ferroviários em Recife, São Luiz, Natal e João Pessoa, ressaltando os prejuízos causados à população que se utiliza dos trens para seus deslocamentos.

Em relação à cidade de Salvador, a reportagem, neste momento, aponta que são os motoristas dos ônibus que fazem a greve e, de igual modo que as outras mobilizações, estão provocando dificuldades, além das do próprio setor, para que a população desloque-se para os destinos que pretende alcançar.
Especificamente em relação à cidade de São Paulo as informações dão conta de que só na noite anterior à deflagração da greve é que a categoria decidiu pela mobilização, surpreendendo, já de madrugada, a população que fora às estações do Metrô. Quer dizer: não houve qualquer anúncio público, prévio, veiculado na imprensa, de que haveria a greve já a partir da zero hora do dia 23, porquanto a legislação pertinente prevê que esse anúncio dê-se com 72 horas de antecedência.
 

A outra informação é a de que a Justiça determinara que, havendo o movimento paredista, que se mantivesse em operação, nos horários de pico, determinado percentual da frota, cujo descumprimento implicaria em multa diária de R$ 100 mil. No entanto, as lideranças sindicais não estariam “dando nenhuma bola” à determinação judicial, nem para a frota em operação nem para a multa arbitrada.

As entidades sindicais, com suas grandes mobilizações em defesa de direitos para os trabalhadores, deram grandes exemplos de luta democrática… e como essa luta deve ser levada a efeito. Isto tudo resultou que contássemos, hoje, com uma Constituição Cidadã, como denominada pelo inesquecível Ulisses Guimarães.
Entretanto, quando observamos esses lances de certo autoritarismo de uma parte dos metroviários grevistas de São Paulo, fechando ruas, furando pneus de ônibus e bloqueando a passagens de qualquer veículo, inclusive automóvel, preocupa-nos essa situação impositiva da vontade própria prejudicadora de outrem! E essa preocupação é realçada porque assim não pode nem deve ser a Democracia!
 

Sabemos que a Democracia, especialmente por ser propugnadora e defensora da liberdade, é um regime que não é tão fácil ser praticado. Mas, claro, melhor essas dificuldades vivendo-se a Democracia do que as “facilidades” – se houvessem – em um regime autoritário. Todavia, temos de estar bem conscientes de que a Democracia, para ser efetivamente vivenciada, tem que ter suas regras efetivamente obedecidas pela sociedade por inteira porque, do contrário, transforma-se em anarquia, em desorganização e desordem social, em prejuízo para toda a população. Pior: se determinado segmento, em sua greve, vai além do seu próprio setor na perspectiva de ampliar os prejuízos provocados por sua mobilização, em um amanhã pode ser ele mesmo, este segmento, a ser prejudicado por greve de outrem!
 

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