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CG debate mobilidade urbana

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publicado em 24/10/2012 às 17h23

Na terça-feira 23 de outubro, desta feita no auditório de sua Câmara de Diretores Lojistas, a cidade de Campina Grande reuniu lideranças empresariais, de segmentos sociais e especialmente políticos, conclamando-os, pela terceira vez – e isto através da 3ª Plenária do Fórum Permanente sobre Mobilidade Urbana – para refletirem e debaterem a respeito desse atual e exigente tema, destacando o trânsito e o transporte coletivo.

O evento foi aberto com um áudio de cinco minutos em que o jornalista Alexandre Garcia, à vista de sua recente participação, em Brasília (e lá estávamos também) no Seminário Nacional de Transporte Urbano, destacou – mesmo sem ser técnico especializado no assunto – que as soluções para a priorização do transporte público não são tão difíceis, porquanto dependem só de vontade política.

Mas, a palestra mesma, trazendo detalhes sobre a raiz do problema da mobilidade urbana, a facilidade e até incentivo do Governo Federal para que hoje tenhamos excesso de veículos por nossas vias, esta palestra ficou a cargo do engenheiro civil (e doutor em transporte) Nilton Pereira de Andrade, atual superintendente da SEMOB (Superintendência de Mobilidade Urbana de João Pessoa).

Ele, Nilton Andrade, ao reportar-se à raiz do problema e apontando essa origem nos países desenvolvidos que “jogam pesado” para a comercialização de seus veículos nos mercados dos países emergentes, encontrando aqui no Brasil “um campo fértil” para essa comercialização principalmente pela questionável política governamental de diminuir a carga tributária e facilitar o “consumo” e o “status” ou a auto-satisfação de brasileiros possuidores de automóveis e de motos, enfatizou que tudo isso termina por recair contra o entes federativos básicos de nossa sociedade, os municípios. E aí – nos municípios – acontecem a demandas mais pressionadoras, como vias públicas a cada vez ganhando mais faixas e não dando conta da contínua demanda, ou seja: os “carros” reclamam dos “ônibus”, os “ônibus” reclamam dos carros, os passageiros dos ônibus sonham com seus carros ou motos, ruas são asfaltadas, estacionamentos são instalados… e as calçadas, para os pedestres, ó!… Nada de calçadas, nada de pensar-se nos pedestres, e nada para a priorização do transporte público através de vias exclusivas! Nada dos governos conscientizarem-se de que “os carros são devoradores de espaços”, significando que as vias para seus tráfegos só são solução de mobilidade no primeiro momento… dias ou meses depois, as vias que tinham 4 faixas e passaram para 8 já estão a requerer outras, porque logo se tornam insuficientes.

E foi nesse ponto que o professor Nilton Andrade perguntou: o que fazer? Que tipo de cidade queremos? Uma cidade para os carros? Ou uma cidade para as pessoas?

Uma participação singular, nesse evento, foi a do presidente do Sindicato dos Taxistas, José Domingos. Ele reclamava uma atuação mais vigorosa dos órgãos de fiscalização do trânsito, que, não fiscalizando, terminam por permitir que automóveis particulares parem e até estacionem em frente de escolas, fechando o trânsito, e, com isso, mais prejudicando a mobilidade urbana de Campina Grande.

De parabéns estão a CDL/CG, a ACCG, a FIEP e o SITRANS por abraçarem e levarem adiante este Fórum Permanente sobre Mobilidade Urbana. Parabéns também pelas especiais participações da técnica em transporte público Valéria Barros, do jornalista Arquimedes de Castro, do superintendente da STTP Salomão Medeiros, do administrador Anchieta Berrnardino e dos empresários Tito Mota e Maurício Almeida, além da professora Iara (do movimento Campina Cresce com Você. Que persistam na discussão e reflexão sobre o tema, buscando a conscientização dos dirigentes públicos quanto a importância da mobilidade urbana e as ações para sua efetivação e eficácia.

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