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Políticos, mirai-vos em Joacil

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publicado em 29/10/2012 às 12h37

Mesmo nestes tempos de tanta deformação comportamental, em que a ética, especialmente esta, já não mais é encarada como um patrimônio moral imprescindível… mesmo nestes tempos há políticos que agem com ética e com coerência, independentemente dos resultados eleitorais.

Fazemos estas ressalvas para não se imaginar que queiramos dizer que não mais haveriam, nestes nossos tempos, e embora sendo exceções, políticos que atuam com coerência e ética, perseguindo o bem coletivo.

A propósito destes políticos com esse perfil ético, conversávamos, recentemente, antes de uma reunião de trabalho, com o empresário João da Mata (ex-deputado e ex-secretário estadual), convergindo nosso exemplo comum e reverências ao ex-governador João Agripino!

Mas, quando hoje conclamamos aos políticos para que se mirem em Joacil, é porque esse Joacil – Joacil de Brito Pereira – constituiu-se em um dos mais exemplares políticos da Paraíba, embora ele – Joacil – tivesse nascido no Rio Grande do Norte. E também porque hoje a Academia Paraibana de Letras (APL) realiza uma sessão solene de homenagem póstuma ao seu imortal Joacil de Brito Pereira, com a programação de três discursos, um mostrando o perfil do homenageado como “o homem jurídico” (a cargo do acadêmico Flávio Sátiro), outro apresentando “o homem das letras” (este a cargo da acadêmica Ângela Bezerra de Castro) e o primeiro deles, a cargo da acadêmica Maria das Graças Madruga Santiago, mostrando “Joacil, o homem político”.

Lá no ano 1984 84% dos brasileiros, por pesquisa, aprovavam que fosse aprovado pelo Congresso Nacional o Projeto de Emenda Constitucional, de autoria do parlamentar Dante de Oliveira, pelas “Diretas Já” para Presidente da República. Apesar de 298 votos a favor e apenas 65 contra, o projeto não foi aprovado porque precisava de uma aprovação qualificada em que seriam necessários mais 22 votos. Joacil de Brito Pereira, como deputado federal, votara contra. E dias depois estava ele em Alagoinha/PB, prestigiando-nos com sua presença em uma sessão da Câmara Municipal em que nos concedera o título de cidadão daquele município. Quando de sua fala, Joacil pede licença aos presentes (e aos que o ouviam nas ruas pelo serviço de som) para justificar ao seu povo o porquê entendera que votar contra as “diretas já” era, naquele momento, o melhor para o Brasil. E foi efusivamente aplaudido, não só pelo convencimento em si de seus argumentos, mas, sobretudo, por sua coerência, sua ética, sua coragem política!
 

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