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O Papa, a APL e a densidade demográfica

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publicado em 18/03/2013 às 16h38

A eleição do novo Papa, esse seu Conclave, sobretudo com o voto de silêncio de cada votante para que fique bem caracterizado que o nome escolhido é fruto de um consenso e especialmente sem que tenha havido prévia declaração de candidatura, traz à lembrança as eleições para membro da Academia Paraibana de Letras – APL… e da Brasileira, a ABL.

Pode parecer até um enxerimento de minha parte tratar sobre um assunto específico da APL, eu, alguém sem qualquer condição de aspirá-la porquanto sem obra literária para justificar. Mas sou um admirador da instituição e de todos quantos a integram (incluídos os que nela já ocuparam cadeira). E vejo como um constrangimento essa condição de ter-se de candidatar, disputar, com a possibilidade, óbvio, de sair-se como o escolhido… ou não. E quando “não”, a impressão que tenho é a de que – a exemplo de nomes que por esse “não” já passaram… e não vou lembrá-los exatamente para preservá-los – é a de que os candidatos sentem-se “reprovados” e só se submetem a um novo processo eleitoral se perceberem que este tende a uma candidatura única ou que já tenha recebido prévio comprometimento da maioria dos “eleitores”.

O formato que entendo mais adequado – e assim, junto com outros membros da APCA, estamos procurando fazer na Academia Paraibana de Ciência da Administração – seria um parecido com esse de escolha do Papa, ou seja, com os atuais ocupantes das cadeiras da APL, por propostas deles mesmos ou de uma comissão para esse fim constituída, em reunião secreta, chegando ao nome a ser convidado para compor a Academia… Como fazem as Universidades na escolha de Doutor Honoris Causa! Como foi bonita e emocionante a solenidade em que Gonzaga Rodrigues recebeu um desses títulos, incluindo o rito de naquele instante ter-lhe sido perguntado: “Aceita o título de Doutor Honoris Causa da UFPB?”. Esta idéia já a compartilhei com um ex-presidente da APL, Juarez Farias, este se manifestando discordante porque entende a atual forma, “que é a mesma da ABL, muito mais democrática”. Mas, “chata” para os não vencedores!

O espaço, porém, está terminando! E ainda quero referir-me à reportagem “Seca expulsa sete mil pessoas por ano de zona rural da PB”, deste domingo, no Correio, assinada por Lígia Coeli. Mostra dados do IDEME de que 391.466 pessoas, de 2000 a 2010, deixaram o campo e mais se concentraram em João Pessoa, Campina Grande e Guarabira. Sei que o Governo realiza muitas obras de incentivo à interiorização. Mas, enquanto não se fizer o que o Brasil fez, fixando sua Capital (Brasília) no centro do país… cada Estado também com sua Capital em seu centro geográfico para puxar a interiorização do desenvolvimento, a tendência é a de cidades como o Rio de Janeiro, com gente espremida, umas sobre as outras, seja debaixo de viadutos, seja em favelas, seja em outras áreas inadequadas!
 

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