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Transporte coletivo e sua priorização

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publicado em 04/04/2013 às 16h30

Na sexta-feira santa, recente, duas matérias jornalísticas chamaram nossa atenção: uma foi publicada no jornal Correio da Paraíba correspondendo a um artigo assinado pelo agrônomo Roberto Guerra, titulando-o de “Quem vai pagar o passe livre?”; a outra saiu no Jornal da Paraíba, destacando que “Tarifa de mototáxi sobe 25% em CG”.

Da parte do agrônomo Roberto Guerra, ele se reporta ao seu dia a dia no uso do ônibus do transporte coletivo para seu trabalho, embora conte com automóvel próprio. E, no artigo, sua percepção é a de que os passageiros comuns, como ele o é, não assimilam que as gratuidades concedidas pelos governos a determinados segmentos sociais são pagas pelos próprios passageiros comuns. mediante o aumento da tarifa. Ele, Roberto Guerra, comenta sobre o anúncio de uma nova gratuidade, mas, ponderando que desta feita a PMJP parece ter recurso orçamentário para bancá-la, a fim de que ele, e demais passageiros pagantes (os que não têm nem passe livre nem desconto na passagem), não tenham que arcar com o respectivo ônus através da oneração tarifária.

Quanto à matéria publicada no Jornal da Paraíba esta dizendo que a corrida em um mototáxi, em Campina Grande, ficará em R$ 5,00 (25% de aumento e mais que o dobro do valor da tarifa de ônibus), destaca que o presidente do respectivo Sindicato, William Pereira, justificou que esse novo preço era necessário porque “houve aumento de combustível, inflação e outros fatores”. E “frisa que o reajuste também serve para corrigir prejuízos que os permissionários sofrem devido à forte concorrência com os mototaxistas clandestinos”. E conclui: “Calculamos que são mais de 1.500 clandestinos, o que prejudica em muito os legalizados”.

Anos atrás, justificando que a legalização do mototaxista em Campina Grande seria a melhor medida em favor do transporte coletivo por ônibus e do serviço de táxi, “porque se dará um basta à clandestinidade e doravante a fiscalização protegerá o transporte legalizado”, regulamentou-se o perigoso transporte de passageiros por moto. Eram uns 300, depois subiu para uns 500, posteriormente para uns 700 e hoje fala-se em uns mil. Mas, o presidente dos legais diz que são mais de 1.500 os ilegais. É um sinal de que não se pode confiar na fiscalização dos órgãos gestores do transporte de passageiros, mesmo com a Lei Federal nº 12.587, em seu artigo 22, inciso VII, estabelecer ser atribuição do órgão gestor do sistema de transporte público “combater o transporte ilegal de passageiros”. E perguntamos: quantos são os carros, na Paraíba, que fazem o transporte ilegal de passageiros, prejudicando o transporte convencional por ônibus?

E cadê a priorização do transporte coletivo, tão “discursada”? Entre janeiro e março recentes o preço do óleo diesel subiu 10.4%. Qual a medida governamental para compensar ou aliviar esse inesperado custo adicional?

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