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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Remédio pra febre

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publicado em 23/05/2013 às 11h24

Imagine que de tanta febre você sai de casa e por não ter um plano de saúde procura socorro num hospital público. Você, claro, espera sair consultado, medicado, com a doença diagnosticada, e, se possível, curado. Um paciente que procurou o Edson Ramalho, no último dia 7, pensou que esse seria o desfecho de sua ida ao Hospital.

Jovem de 25 anos, que pediu pra não ser identificado, chegou por volta das 19h30 na unidade hospitalar, fez a ficha, se dirigiu ao local indicado da consulta. Esperou, esperou e nada de médico. Perguntou pelo atendimento várias vezes e foi orientado a continuar aguardando.

Com a febre, as dores no corpo e a demora aumentando, o rapaz voltou a pedir explicações. A orientação seguinte foi procurar a Assistência Social. Pra lá se deslocou e da profissional recebeu a mesma receita que só piorava os seus sintomas: mantenha a espera porque os “médicos também têm o direito de atrasar”.

Com o humor no limite e o ardor crescente no corpo, o jovem não agüentou e cobrou indignado o devido atendimento, pois não agüentava mais ficar pra lá e pra cá. A assistente social se alterou. Por precaução, o paciente passou a gravar no seu celular a atitude, momento que ouviu a segurança do hospital ser acionada pela funcionária.

Policiais dominaram-no com ‘chaves’ no pescoço e de braço e tomaram-lhe o telefone na marra, apesar dos protestos de outros enfermos. O estudante de Direito foi algemado e levado à 1ª Delegacia como criminoso. Por mais surreal que pareça, o doente naquele dia conheceu o mais novo ‘remédio’ pra febre, terminou a noite detido, lesionado, constrangido e com a certeza marcada na pele de que a saúde pública virou mesmo um caso de polícia. Literalmente.

Oficializado – O relato acima, além de registrado em boletim de ocorrência, foi denunciado, com documentos e gravação de áudio, à Ouvidoria do Hospital Edson Ramalho, tocado e gerenciado pela Polícia Militar da Paraíba.

Apuração – Coube ao capitão João Pereira de Oliveira, ouvidor do Hospital, a tomada do depoimento do paciente-denunciante. A Coluna acionou a Ouvidoria do Edson Ramalho para averiguar as providências adotadas.

Sindicância depende do Comando-Geral – O capitão João Pereira de Oliveira informou que a documentação seguiu ao Comando-geral da PM. Caberá ao coronel Euller Chaves a designação de um oficial para presidir a sindicância e apurar os fatos, o que até agora não ocorreu. Espera-se, entretanto, que a apuração funcione melhor do que o atendimento pouco saudável do Hospital.

Tira-teima – O líder da oposição, Renato Martins (PSB), entregou ofícios ontem à Infraero pedindo o plano de vôo do fim de semana para identificar se o avião que Luciano Cartaxo voou até Salvador é de um milionário dono de cartório.

Jatinho – Martins preferiu aguardar, mas nos bastidores todos os elementos já apontam para um veredicto: a aeronave utilizada no vôo foi mesmo um Phemon100, cujo um dos donos é Júnior Evangelista, do Cartório Eunápio Torres.

Front – O batalhão governista se revezou na defesa. Começou pelo vereador Fernando Milanez (PMDB), não por acaso proprietário de cartório. Para Milanez, a viagem de Cartaxo foi “às claras” e não compromete o prefeito em nada.

Praxe – Já Bosquinho (DEM), autor da emenda que ampliou de 30% para 50% descontos das dívidas dos cartórios, considerou ‘normal’ o empréstimo de aeronaves da parte de empresários para autoridades, inclusive o governador.

Destoantes – A bancada petista esqueceu de combinar o discurso. Benilton Lucena não soube dizer se a viagem de Cartaxo foi ou não a lazer. Fuba sustentou que a agenda tinha objetivo formal de atrair a Stock Car para João Pessoa.

Especiais – Tramita na Câmara Federal projeto do deputado Major Fábio (DEM) que reserva 5% dos assentos nas praças de alimentação de shoppings para idosos, gestantes e portadores de necessidades especiais, sob pena de multas.

Jogada – O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) pediu informações à Caixa Econômica Federal dos depósitos do Bolsa Família nos últimos 12 meses. Suspeita que a boataria sobre o fim do programa partiu do próprio Governo do PT.

Cronograma – A Prefeitura de João Pessoa tem conseguido manter o ritmo planejado do mutirão de cirurgias de catarata, informou o secretário Adalberto Fulgêncio. A meta é realizar 1.192 procedimentos num período de até 45 dias.

Na retranca – Em sessão especial na Assembléia, o secretário Tibério Limeira teve que explicar as quedas dos recursos do Bolsa Atleta em dois anos. “Em 2011 e 2012 o Estado não tinha condições de executar o programa”, justificou.

Confirmada – A senadora Kátia Abreu participa amanhã, às 8h30, no Hotel Tambaú, do lançamento do Sertão Empreendedor, da Faepa, que foca desenvolvimento rural sustentável a partir de tecnologias de convivência com o semi-árido.

PINGO QUENTE“Não peço desculpa a esse governo”. Do deputado Aníbal Marcolino (PEN) para Tião Gomes (PSL), que cobrou retratação pela denúncia, não provada, de falta de licitação do Restaurante do Servidor.
 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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