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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Cícero e a realidade

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publicado em 28/05/2013 às 16h50

Uma coisa é o que se deseja, outra é o que é possível. Se dependesse somente do desejo mais íntimo, o senador Cícero Lucena sairia candidato à reeleição numa chapa encabeçada pelo ex-governador Cássio Cunha Lima em 2014. Seria o cenário mais adocicado para suas pretensões de manter os pés forrados nos tapetes azuis do Senado.

O ‘seria’ está no condicional e a conjugação não depende do querer exclusivo do senador tucano. No presente, o verbo aponta para Cícero e seus liderados uma outra realidade, amarga, diga-se de passagem. A conjuntura interna no PSDB indica a renovação da aliança com o PSB, em que pese o discurso de candidatura própria.

Pra ser candidato, Cícero depende do seu partido. Se não conseguiu impor seu nome em 2010 apesar de na época presidir a legenda, agora oficialmente fora do comando detém muito menor poder de fogo e barganha. Tanto que já admite respeito à decisão da maioria. E não tem como fazer diferente.

Essa é a única chance do ‘caboclinho’: pactuar unidade com o PSDB, hoje majoritariamente alinhado pela reprise da coligação com os socialistas. Mesmo que para isso precise respirar fundo, embrulhar o estômago e conviver com a possibilidade de subir no palanque do desafeto Ricardo Coutinho.

Até por uma questão estratégica, Cícero só poderá exigir espaços de participação na majoritária se previamente acertar seguir com Cássio em qualquer circunstância. Ao oferecer gesto de renúncia, ao ponto de engolir mágoas do passado, Cícero inverte o quadro e deixa nos ombros de Cássio o peso da velha lei da reciprocidade.

Metamorfose
“Houve uma mudança de postura. Suas declarações eram ríspidas e salgadas. Houve um avanço no sentido de uma distensão”. A leitura sobre o “novo” Cícero é do líder do governo, Hervázio Bezerra (PSDB).

Influência
Para Hervázio, o reposicionamento de Cícero tem haver com a amizade com o senador Cássio e as posições assumidas pelo deputado Ruy Carneiro, presidente do PSDB, que lança candidatura, mas não fecha portas.

Ricardo sobre Cássio: o que une é forte
O governador Ricardo Coutinho voltou a ratificar, ontem, o interesse na repetição da aliança com Cássio na eleição estadual do próximo ano. “Estamos unidos de uma forma bastante madura. Sabemos nossos papéis. Sabemos o que a história nos legou. O que nos une é forte porque é baseado num projeto. Eu não engano ninguém”.

Internacional
O El País, jornal espanhol com tiragem diária de meio milhão de exemplares, fez longa entrevista com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP) na edição de domingo. Em pauta: programa habitacional brasileiro.

Meta
Na entrevista, o paraibano destacou o esforço do Governo Federal para requalificar as favelas do Brasil, dotando as comunidades de infra-estrutura. Ribeiro esteve na Espanha participando de uma feira de construção.

Manteiga
O prefeito Luciano Cartaxo (PT) não passou recibo à ausência do ex-prefeito Luciano Agra na Conferência das Cidades, apesar do convite: “Na hora oportuna, o ex-prefeito vai se fazer presente nas nossas atividades”.

Fuga
Sobre o mal explicado vôo a Salvador num avião de um dono de cartório, Cartaxo teve a chance de abater o assunto no ar, mas preferiu sobrevoar o tema: “Nosso objetivo é trazer os eventos pra cidade de João Pessoa”.

Idioma do apoio
Pela cara, o vereador Santino (PT do B) esperava além de um aperto de mão de Cartaxo na solenidade da inauguração do Centro de Línguas Estrangeiras, ontem. O pequeno edil queria falar mais. E num bom português.

Chance…
O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), descartou interesse em compor a chapa de Ricardo. “Minha saída depende de quem me colocou: o povo. Não tem previsão e nem pretensão nossa…”.

…Zero
“… De ser candidato a nenhum cargo eletivo em 2014. Não há menor possibilidade e nem cogitação de me afastar da Prefeitura”, fulminou Romero Rodrigues, em entrevista ao repórter Carlos Sousa, da Correio Sat.

Pergunta-se
Como o grupo Cunha Lima administrará, as duas candidaturas a deputado federal dentro da família? De um lado Cássio apadrinhando o filho Pedro Cunha Lima e do outro Romero levantando a bandeira do irmão Moacir.

Na estrada
Secretário de Administração do Conde, contador e professor universitário, Pedro Ruffo entrou na disputa por uma vaga na Assembléia. No feriadão, vai a Bonito de Santa Fé, Bom Jesus, Sousa e São José da Lagoa Tapada.

Andamento
O juiz Rudmacy Firmino marcou para 17 de junho nova audiência da ação de cassação do vereador Ory Sales, de Bayeux. Na audiência de instrução ontem, Ory admitiu deslizes na prestação de contas de campanha.

PINGO QUENTE“O futuro a Deus pertence”. Da ex-primeira-dama de Campina Grande e coordenadora da Funasa, Ana Cláudia Vital, sobre as especulações de candidatura à deputada estadual.
 

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