João Pessoa, 11 de julho de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora

Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O que tem de ser…

Comentários: 0
publicado em 11/07/2013 às 17h16

Ele foi procurador de Estado, um cargo vitalício, pediu demissão e enveredou pelo ramo empresarial, onde pontuou, obteve sucesso e meio de vida. Filho de Ronaldo e irmão de Cássio, Ronaldo Cunha Lima Filho resistiu o quanto pôde à política. Mas em algum lugar estava escrito e mais cedo ou mais tarde o herdeiro do poeta desabrocharia para atividade que imortalizou o pai e fez o irmão fenômeno nas urnas.

A posse na interinidade do cargo de prefeito ontem em Campina Grande, berço do clã Cunha Lima, é somente a continuidade natural de uma trajetória que começou tardiamente no dia em que disse sim ao convite-missão para ser parceiro na chapa de Romero Rodrigues na disputa pela Prefeitura da cidade que projetou o grupo ao Estado.

Não precisa estar na intimidade ou ter presenciado a solenidade de transmissão do cargo para dimensionar o significado do momento especial na vida de Ronaldinho. A investidura na missão veio carregada do simbolismo da repetição pai e filho homônimos, a coincidência da data de morte do poeta e o aniversário dos 30 anos do Maior São João do Mundo, bandeira que Ronaldo empunhou pela vida.

O carisma pessoal, o gosto pelo contato com o cheiro do povo, a verve aguçada e o espírito irrequieto já confirmavam na campanha passada o sangue político fervendo nas veias do empresário. Na feira, nas bibocas, nos bares, na rua, Ronaldinho é a encarnação espirituosa, espontânea e faceira da personalidade do pai.

Por tudo isso, dificilmente Ronaldinho encerrará seu embarque nessa viagem da vice-prefeitura, por mais que o ramo empresarial seja mais atrativo e subtraia menos da vida pessoal. Essa opção já não lhe pertence mais. E “o que tem de ser, tem muita força”, já dizia o poeta Caio de Abreu. Foi certamente isso que o outro poeta pensou, ainda em vida e no leito de morte, quando ‘abençoou’ a decisão do filho.

Peso – “Responsabilidade e emoção. A maior honraria da minha vida”. Foi assim que Ronaldo Filho se expressou, em contato com a Coluna, para traduzir o sentimento da posse no cargo um dia ocupado pelo pai e pelo irmão.

Confiança – Na despedida, Romero Rodrigues disse que “tudo vai permanecer dentro da normalidade e, com certeza, com a disposição do nosso vice, Campina vai manter um processo de aceleração de desenvolvimento”.

Espelho e referência – Do senador Cássio Cunha Lima sobre o irmão: “Todos nós nos espelhamos no exemplo do poeta, que administrou esta cidade com amor e com compromisso social. Por isso, não tenho dúvida do bom resultado que será a sua gestão nestes próximos quinze dias, mesmo porque, como é do conhecimento de todos, ele já vem oferecendo o melhor de si na condição de atual vice-prefeito”.

Teste de fogo – Homem da confiança de Dilma, o ministro Aguinaldo Ribeiro precisará reforçar a articulação interna no PP. Com a queda na avaliação da presidente, correntes do partido defendem diálogo com nomes da oposição.

Perigo – Quando esteve na Paraíba, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, revelou à Coluna temer pelos riscos da candidatura do amigo Eduardo Campos (PSB): “Temo que ele saia menor do que entrou no processo”.

Sinal verde – A priori fechado com a reeleição de Dilma, nos bastidores Kassab liberou o vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) para seguir o governador Ricardo Coutinho e votar, caso se confirme, na candidatura de Campos.

Barganha – O PMDB nacional aproveita a fragilidade de Dilma, abalada nas pesquisas, para avançar a costura de alianças com o PT nos Estados. A Paraíba, que tem Veneziano Vital como candidato peemedebista, já entrou na lista.

Sem estrelismo – Discreto e eficiente, o procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, é um dos auxiliares mais respeitados pelo governador, com quem desfruta de trânsito livre e irrestrita confiança. É o que se diz no Governo.

Troca – Depois de 20 anos de amizade e parceria, o secretário Assis Freire (PMDB) deve deixar o deputado Benjamim Maranhão (PMDB) para apoiar Lucélio Cartaxo (PT). Em tese, garantirá permanência de quatro anos na gestão.

Prejuízos –
Na festa de Belém, no sábado, falou-se nas rodas políticas da chateação do deputado Gervásio Filho (PMDB) com a virtual candidatura de Wilson Filho a estadual, ante a tendência de o pai voltar a pleitear à Câmara.

Checkup – O deputado João Henrique (DEM), que aniversaria hoje, passa o natalício acompanhado da esposa e prefeita de Monteiro, Edna Henrique (PSDB), em São Paulo, onde se submeterá a uma bateria de exames médicos.

Realidade – Prefeito de Santa Luzia, ancoradouro do clã, Ademir Morais (DEM) tem consciência que a família precisa focar na reeleição de Efraim Filho (DEM). Sabe da dificuldade de se resgatar Efraim Morais numa majoritária…

Estaca zero – Congressistas já não levam fé na criação do MD. A previsão inicial de atração de 25 deputados caiu para quatro. Sem fusão, PPS da Paraíba ressuscitará a queda de braço entre Nonato Bandeira e Gilma Germano.

PINGO QUENTE – “Nós temos uma oposição que vibra com os erros”. Do deputado Efraim Filho (DEM), para quem a oposição da Paraíba é do tipo do “quanto pior melhor”.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba, edição do dia 08/07/2013 (domingo)

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

Leia Também