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DEPOIS DE MIL ANOS

Papa Francisco e líder da Igreja Ortodoxa defendem reunificação

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publicado em 30/11/2014 às 15h05

 O papa Francisco e o patriarca Bartolomeu, líder da Igreja Ortodoxa, firmaram uma declaração conjunta que confirma a intenção dos dois de caminhar rumo à reunificação das duas instituições, separadas há mil anos.

A declaração foi dada durante o último dia da visita do pontífice à Turquia. Em Istambul, Francisco participou da festividade de Santo André, patrono dos ortodoxos e que personifica o vínculo com a igreja de Roma, pois era irmão de São Pedro, considerado o primeiro papa.

O papa assegurou que a Igreja Católica "não pretende impor nenhuma exigência, exceto a profissão de fé comum" e que os ritos e tradições dos ortodoxos seriam mantidos. "Não se trata de submissão nem de absorção, mas sim da aceitação de todos os dons que Deus tem dado a cada um".

O princípio do respeito mútuo também foi destacado por Bartolomeu, que desejou prosseguir com o diálogo "para retirar os obstáculos acumulados durante um milênio."

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, explicou no sábado que a questão da soberania do papado não seria abordada neste encontro e que o tema será analisado por uma comissão teológica formada pelas duas igrejas.

A ideia de subordinação ao papa é questionada pelos ortodoxos e foi o principal motivo da separação, ocorrida em 1054. A igreja Ortodoxa, cuja sede fica em Istambul, tem hoje cerca de 300 milhões de fiéis, contra 1 bilhão de católicos.

ORIENTE MÉDIO

Os dois líderes pediram que a comunidade internacional dê uma resposta apropriada aos ataques contra cristãos no Oriente Médio.

"Não podemos nos resignar a um Oriente Médio sem cristãos, que professam o nome de Jesus ali durante dois mil anos. Muitos de nossos irmãos e irmãs estão sendo perseguidos e expulsos com violência de onde vivem. Parece que se perdeu o valor da vida humana", diz a declaração conjunta.

O papa também condenou o ataque a uma mesquita na Nigéria, realizado na sexta e que deixou mais de cem mortos. Ele qualificou o ato como "um pecado extremamente grave contra Deus."

Uol

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