João Pessoa, 26 de dezembro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
DOIS FAVORITOS

Lista mostra as apostas para a estatueta no Oscar 2013

Comentários: 0
publicado em 26/12/2012 às 11h01

Dois meses antes da cerimônia do Oscar de 2013, a BBC mostra que filmes têm maiores chances de conquistar o prêmio máximo e avalia suas chances de faturar estatuetas em outras categorias.

Pelas regras da Academia de Filmes e Artes e Ciências, até dez filmes podem ser inscritos como finalistas para a categoria de melhor filme, quando as demais indicações forem anunciadas, no próximo dia 10 de janeiro.

"Argo" – Ben Affleck ganhou um Oscar em 1998 pelo roteiro que coassinou com o colega ator Matt Damon, por "Gênio indomável". Na década seguinte, algumas decisões duvidosas fizeram com que o status de protagonista de Affleck perdesse força, ao passo que o do amigo Damon não parou de subir. Mas recentemente, Affleck se reinventou como um cineasta promissor e respeitado. "Argo" é o seu terceiro filme, após "Medo da verdade" e "Atração perigosa". O longa é também seu filme mais ambicioso até o momento. A produção conta a históra de uma tentativa da CIA de retirar diplomatas de Teerã durante a crise dos reféns de 1979. A operação de resgate, cujos documentos só recentemente foram abertos, envolveu uma equipe de filmagem fictícia. E o filme faz de Hollywood o herói da produção.

Esse fator e a história de Affleck dando a volta por cima fazem de Argo um sério candidato ao prêmio de melhor filme. Affleck, que também atua no filme, está cotado ainda para receber outra indicação na categoria de melhor direção. No quesito de atuação, as maiores esperanças de Argo residem em Alan Arkin, com sua divertida interpretação de um produtor mal-humorado. Já tendo conquistado o prêmio de melhor ator coadjuvante em 2007 por "Pequena miss sunshine", o ator de 78 anos tem experiência de escrever um discurso de agradecimento.

"Django livre" – Sob circunstâncias normais, o western de Quentin Tarantino sobre a era da escravidão nos Estados Unidos seria uma aposta certa para o Oscar. Mas após os trágicos tiroteios em Newtown, Connecticut, a carnificina de "Django livre" já mereceu repreensões em meio ao debate que ressurgiu sobre a violência no cinema. Os integrantes mais idosos e conservadores da Academia talvez se recusem a premiar um filme tão sangrento nesse clima político carregado. Apesar de o filme ter boas chances de receber um número razoável de indicações, pelo menos pelo roteiro rebuscado de Tarantino, os atores do longa-metragem provavelmente têm mais chances de saírem premiados do que o filme em que atuam.

Há três anos, Christoph Waltz venceu o prêmio de melhor ator coadjuvante por seu papel de um nazista no filme anterior de Tarantino, "Bastardos inglórios", sobre a Segunda Guerra Mundial. O ator austríaco tem boas chances de repetir o feito por seu papel como um eloquente caçador de recompensas. Mas a aposta mais certeira é o outro astro do elenco, Leonardo DiCaprio, cujo desempenho atípico como um proprietário de escravos sádico poderá, finalmente, dar ao astro, já indicado três vezes à estatueta, um motivo para se levantar de sua cadeira na noite de premiação.

"As aventuras de Pi" – Se houvesse um Oscar de melhor desempenho para um tigre 3D gerado por computador, a adaptação de Ang Lee para o livro de Yann Martel premiado com o Booker Prize seria o grande vencedor. Mas diante da inexistência de tal categoria, "As aventuras de Pi" provavelmente terá de se contentar com a indicação para melhor filme e algumas citações nas categorias técnicas. A produção usa efeitos de computação gráfica para trazer à tela a fantástica história de dois jovens indianos compartilhando um bote salva-vidas com vários animais de zoológico, o que faz dela um candidato óbvio ao prêmio de melhor efeitos visuais.

Ang Lee, por sua vez, é um sério postulante ao Oscar de melhor diretor. O cineasta nascido em Taiwan ganhou o prmêmio em 2006, pela adaptação de outra obra literária, O Segredo de Brokeback Mountain, de Annie Proulx.

"Lincoln" – O maior competidor de "Argo" para o prêmio de melhor filme parece ser o tributo respeitoso de Steven Spielberg a um dos mais reverenciados presidentes americanos. O filme se concentra nos últimos meses de vida do líder dos Estados Unidos e em sua luta para aprovar a abolição da escravidão. É um grande filme sobre um grande tema e foi feito por um dos maiores diretores de Hollywood. O protagonista Daniel Day-Lewis já venceu dois Oscars, por "Meu pé esquerdo", de 1989, e por "Sangue negro", de 2007.

Mas parece haver pouca resistência à ideia em dar a ele outra estatueta por seu retrato de um Lincoln cheio de dignidade, que está sendo carregado de elogios superlativos. Sally Field, como a dedicada esposa de Lincoln, e Tommy Lee Jones, no papel de um político astuto, são prováveis indicações nas categorias de atriz e ator coadjuvantes.

"O mestre" – O drama de Paul Thomas Anderson sobre o líder de um culto e seu atormentado assistente tem o peso do produtor Harvey Weinstein por trás. Mesmo essa potência de Hollywood não é uma garantia de indicação ao prêmio de melhor filme. O desprezo expresso por Joaquin Phoenix ao Oscar no começo deste ano sem dúvida prejudicou suas chances na categoria de melhor ator e também as chances do filme. Mas a Academia já prestigiou os talentos de Philip Seymour Hoffman e Amy Adams em anos anteriores e provavelmente o fará novamente por suas atuações em papéis coadjuvantes.

"Les miserables" – Musicais costumavam ser os azarões da noite do Oscar e já faz uma década desde que um deles – "Chicago", de 2002 – é indicado ao prêmio de melhor filme. Os produtores de "Les miserables", a aguardada adaptação cinematográfica da sensação dos palcos, esperam que o filme rompa com essa tradição. O longa de Tom Hooper foi bem recebido pela crítica e foi indicado para quatro Globos de Ouro, inclusive ao de melhor filme.

Hugh Jackman, que apresentou o Oscar de 2009, deve conquistar uma indicação na categoria de melhor ator por sua interpretação como o heróico Jean Valjean. Anne Hathaway, outra ex-apresentadora do Oscar, é tida como uma barbada na categoria de melhor atriz coadjuvante pela trágica personagem Fantine.

"O lado bom da vida" – Comédias românticas costumam ser ofuscadas na época do Oscar por produções dramáticas de maior envergadura. Mas o filme que David O. Russel realizou após "O vencedor", de 2010, espera quebrar esse tabu. É um filme que poderá contar com a afeição dos eleitores da Academia, especialmente em um ano em que houve poucas ofertas de filmes mais leves. Um dos trunfos do longa é Jennifer Lawrence, uma estrela em ascensão que vem conciliando papéis em sucessos de crítica com performances em franquias cinematográficas lucrativas, como "Jogos vorazes", lançado neste ano. Talento, glamour e inteligência são uma mistura poderosa, que podem render à protagonista de 22 anos uma estatueta de melhor atriz.

Robert De Niro também poderá receber uma estatueta de melhor ator coadjuvante por sua interpretação de um jogador inverterado. Se isso ocorrer, será sua sétima indicação. De Niro já conquistou Oscar de melhor ator, por Touro Indomável, e melhor ator coadjuvante, por O Poderoso Chefão – Parte 2.

"A hora mais escura" – O longa que Kathryn Bigelow realizou após "Guerra ao terror" é um acréscimo tardio à corrida do Oscar e precisa avançar na disputa para pleitear uma vaga. A dramatização da caçada por Osama Bin Laden já ganhou fama pela maneira com que retrata suspeitos de terrorismo sendo interrogados e torturados. Se a ideia da Academia é parecer ser relevante e atual, dificilmente poderia haver uma escolha mais apropriada do que a de um filme que evoca eventos tão vívidos e recentes.

Bigelow deveria receber uma indicação ao prêmio de melhor diretora por sua ousadia e sua protagonista Jessica Chastain é provavelmente a maior rival de Jennifer Lawrence à estatueta de melhor atriz. O título original do filme, "Zero dark thirty", é um termo militar para o horário de 0h30, que foi a hora em que a residência em que Bin Laden estava refugiado foi invadida por soldados americanos.

A 85ª edição do Oscar será realizada no Teatro Dolby, em Hollywood, Los Angeles, no dia 24 de fevereiro de 2013.
 

G1

Leia Também