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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Se eu fosse Agra…

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publicado em 16/07/2013 às 12h34

Se eu fosse o ex-prefeito Luciano Agra levaria a sério sua candidatura ao governo e não usaria a propalada postulação apenas como estratégia discursiva de quem precisa se manter na crista da onda do noticiário e na cabeça do eleitor que lhe viu protagonizando o arriscado, porém exitoso movimento que derrotou a candidata oficial em João Pessoa.

A política é mesmo uma atividade de risco. Quando rompeu com o ‘jardim girassol’, Agra estava arriscando a própria cabeça. Se perdesse, talvez tivesse que até se mudar da Paraíba. No final, deu certo. Uma série de fatores da conjuntura, inclusive o poder da caneta, colaborou com o ‘sucesso’ de sua operação pró-Cartaxo.

O cenário é outro, é verdade. Mas o conceito de bom gestor e de principal contraponto político ao governador Ricardo Coutinho, especialmente em João Pessoa, maior colégio eleitoral do Estado, permanece inalterado, mesmo fora do mandato e sem o prestígio do poder. Esse trunfo não pode ser minimizado e nem descartado.

Outro ponto: o fenômeno das ruas e a rebeldia popular terão desdobramentos impossíveis de prever e controlar. Uma candidatura ‘diferenciada’ pode surpreender em 2014. Tal qual Marina, Agra, pelo seu perfil, pode ser beneficiado por esses ventos quase imperceptíveis a partir da Capital. Pra isso, precisa ao menos estar no páreo.

Repito, se eu fosse Agra, encararia, até porque quem tem a obrigação de ganhar é Ricardo. Além do mais, seu nome é simpático ao PSC/PT/PP e PEN, bloco órfão de um quadro competitivo, o que lhe daria aliança com densidade eleitoral e tempo de televisão. No mínimo, forçaria um segundo turno, o que já lhe faria sair muito maior do que entrou na campanha. Passando ao segundo turno, não precisa nem dizer o que aconteceria…

Tamanho –
Agra não precisaria nem vencer a difícil disputa com Ricardo e Veneziano. Bastaria disputar em pé de igualdade com Coutinho em João Pessoa. Sairia um gigante para 2016 e com trunfo pra negociar 2018 com Cartaxo.

Saldos – Se optar por qualquer outro cargo para atingir a meta de ter um mandato, como tem sido aconselhado, Agra tem obrigação de ganhar. Diferente do acirrado pleito ao governo, onde às vezes até perdendo se sai ganhando.

Tudo pode acontecer em 2014 – Com o nome na praça, na pior das hipóteses, Agra alimenta capital para, em caso de desistência, ter força para barganhar outros espaços. E mais: a chama de uma candidatura acesa, a depender dos humores imprevisíveis de certas frágeis e circunstanciais relações políticas, lhe oferece a perspectiva de ser votado por quem os palacianos menos esperam. E mais temem.

Na rua – De olho nas urnas, Agra amanheceu ontem tomando café no Mercado de Cruz das Armas, espaço que ele entregou reformado quando prefeito. Depois, aterrissou numa plenária numa associação do Jardim Sepol.

Pessoal – A semana que vem promete no Congresso, mas o senador Vital do Rêgo (PMDB), relator de projetos polêmicos, já marcou um compromisso na Paraíba quarta-feira: saudar o aniversário do irmão Veneziano.

Cara a cara –
Sexta à noite, o Brasil em Debate, da TV Câmara, registrou o confronto de idéias de dois deputados paraibanos sobre a redução da maioridade penal. De um lado, Luiz Couto (PT) e do outro Leonardo Gadelha (PSC).

Emergência –
O secretário de Infra-Estrutura, Ronaldo Guerra, anunciou reforço na operação tapa buraco em João Pessoa, autorizado por Cartaxo. Serão mais 50 homens e mais 14 equipes de trabalho para atuação em 18 bairros.

Divulgação –
O governador Ricardo Coutinho anuncia, amanhã, às 10h, no Ouro Branco, os projetos selecionados no Pacto pelo Desenvolvimento Social. Em 2013, o governo ampliou para R$ 100 milhões os convênios com os municípios.

Na prática –
O PMDB da Capital homologa hoje sua nova diretoria com o deputado Manoel Júnior na presidência. Nos bastidores, uma certeza admitida por gente do próprio grupo que assume: a tese do rodízio vai ficar só no papel.

Quites – Ex-presidente do PMDB pessoense, o deputado Benjamim Maranhão responde na bucha quando alguém o questiona sobre as ausências às reuniões convocadas por Manoel Júnior: “Ele também não ia às minhas”.

PT do bico grande – Pelos informes de Campina Grande chegados à cúpula do PT, a ala de Péron Japiassú e Socorro Ramalho, enfronhados no governo Romero Rodrigues, estão propensos a votar no estadual e federal indicados pelos tucanos.

Transfusão – Com anuência ou não, mas parte do staff da campanha de Daniella Ribeiro (PP) foi aproveitada por Romero. Márcio Caniello, coordenador do programa de governo dela, virou secretário de Planejamento, por exemplo.

Visões distintas – 
Na esfera da gestão de Cartaxo, um ponto divide petistas: a terceirização de serviços. Adalberto Fulgêncio defende a substituição de contratados por empresas. A ala mais radical chega a ter chilique quando ouve a tese.

PINGO QUENTE – “A pior coisa é obra parada”. Do governador Ricardo Coutinho, para quem paralisação de ações é sinônimo de “dinheiro do povo enterrado”.

*Reprodução do Correio da Paraíba, edição de 14/07/2013 (domingo).

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