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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Unificar ou pulverizar?

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publicado em 17/07/2013 às 16h47

Falta um ano para as convenções que definirão candidaturas da eleição de 2014. Partidos e lideranças políticas, entretanto, se apressam e começam a pensar cedo nas estratégias do tabuleiro vizinho. Líderes da oposição divergem, por ora, sobre o melhor caminho a percorrer: unificação ou pulverização de forças?

Essa questão tem mexido com segmentos da oposição nos bastidores. Na convenção do PMDB de João Pessoa ontem, esse foi um dos assuntos informais em conversas paralelas. O presidente estadual do PSC, Marcondes Gadelha, advoga o lançamento de vários nomes para enfrentar a reeleição do governador Ricardo Coutinho.

Pensamento idêntico tem o ex-prefeito Veneziano Vital, virtual candidato do PMDB ao governo. Internamente, Veneziano vê na pulverização a possibilidade de mais munição para desgastar Ricardo e menos chance do aparato governamental ter apenas um alvo a metralhar e desidratar, sem pena.

Mas essa tese encontra contraponto no próprio PMDB. Muitos peemedebistas acham inconseqüente e perigoso apostar na divisão contra o governo, que partiria coeso contra uma oposição com discurso fragmentado. Temem que Ricardo se fortaleça e cresça ao ponto das demais candidaturas não lhe alcançarem. No paralelo, lembram que a Paraíba, historicamente, resiste à terceira via e sempre opta pela dualidade de forças.

Teses políticas à parte, do ponto de vista da democracia, o ideal seria o paraibano contar com mais de duas opções. A variedade de projetos oxigena o processo, instiga o debate e aprofunda as discussões sobre os problemas do cotidiano. Eleição de dois turnos existe mesmo pra isso. Na Paraíba, se não houver bruscas modificações, a balança política pende para a diversificação de candidaturas. Bom para o eleitor pesar a melhor escolha.

Boicote – Os irmãos-deputados Olenka e Benjamim Maranhão se ausentaram da convenção que homologou ontem o deputado Manoel Júnior na presidência do PMDB de João Pessoa. Não engolem a perda do longo comando.

Veto – A crise é tamanha que dona Wilma Maranhão, prefeita de Araruna e mãe da dupla, em solidariedade à “desfeita” mandou tirar a cidade da rota do “Pensando a Paraíba”, que estava marcado para o dia 27 deste mês.

Virose quase ‘derruba’ convenção – Ninguém sabe se para não melindrar ainda mais a relação com os sobrinhos e a irmã ou se esmorecido por uma inclemente virose, mas quase o ex-governador José Maranhão também seria ausência na convenção. O deputado Manoel Júnior teve que apelar para Veneziano ir pessoalmente buscar o cacique em sua casa, no Altiplano, e evitar uma saia justa no evento.

Tirada – Visivelmente abatido pela virose, Maranhão até brincou durante seu discurso ao dizer que confiava muito em Manoel Júnior como político, mas nem tanto como profissional médico. “Porque deixou de clinicar”, justificou.
 

Boa forma – Eleito vice-presidente, o vereador Fernando Milanez fez um afago ao deputado Manoel Júnior, durante entrevista à imprensa. “O PMDB tem um banco de luxo. Manoel Júnior é um ótimo reserva pra qualquer cargo”, receitou.

Bordoadas – Veneziano classificou como “frágil” o governo do seu adversário Ricardo Coutinho. Instigado, voltou a falar em Campina Grande e disse que a atual gestão nada fará este ano que não tenha sido encaminhado por ele.

Apto – Presidente do PSC, o ex-senador Marcondes Gadelha defendeu a pulverização de candidaturas e não descartou topar a missão, caso convocado e seja esta a estratégia eleita pela oposição para se contrapor a Ricardo.

Pé de ouvido – O ex-deputado Rodrigo Soares, secretário de Articulação Política e presidente estadual do PT, representou o partido na convenção municipal do PMDB e conversou reservada e demoradamente com Manoel Júnior.

Por telefone… – O deputado Ricardo Marcelo relatou o positivo desempenho de Maranhão em pesquisa encomendada pelo PEN para senador. Aos repórteres, o ex-governador avisou ontem: “Eu nunca disse que iria sair da política”.

Canoa furada – Desembarca essa semana no Ministério Público Federal denúncia do deputado Anísio Maia (PT) contra o superintendente da Pesca. Samuel Coelho é acusado de desvio de cestas básicas para colônias de pescadores.

Pelas beiradas – Focado na disputa ao Senado, o vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) intensificou contato e reuniões com prefeitos e lideranças. Nesse fim de semana, ele entabulou conversas em São Bento, Desterro e Caiçara.

Deliberações – A direção do PT fechou em 300 o número dos delegados que serão eleitos para definir a tática de alianças do partido em 2014. As tendências internas têm até sexta-feira para indicar os oito nomes à coordenação do PED.

Tentação – O deputado Frei Anastácio (PT) já comunicou aos “companheiros” que tem conversa marcada com o deputado Luiz Couto (PT). Ouvirá do padre um pedido de aliança ao PED. E uma proposta/recado mandada pelo governo.

PINGO QUENTE – “Só acredito em dirigente desvinculado de governo e mandato”. Do presidente do PT de João Pessoa, Jackson Macêdo, defendendo que o próximo dirigente estadual tenha compromisso com a condução da legenda.

*Reprodução do Correio da Paraíba, edição do dia 15/07/2013 (segunda)

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