João Pessoa, 09 de dezembro de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora

Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Shopping fantasma

Comentários: 0
publicado em 09/12/2013 às 18h44

Peço licença ao dileto confrade Rubens Nóbrega para tomar-lhe emprestado o título de hoje. Sou levado ao plágio depois de tudo que ouvi ontem no Correio Debate (Correio Sat) do advogado Kléber Hellling, que atua na defesa do norte-americano Howard Britten Jr, um gringo de quem os paraibanos ouvirão muito daqui pra frente.

Rubão já profetizara em sua Coluna no Jornal da Paraíba que o anunciado Shopping Intermares “não passaria de quimera ou ilusão de ótica tão cedo, enquanto a área a ele destinada originalmente estiver sub judice, por ser parte de inventário complicado e muito longe de um desfecho em razão de divergências quase intransponíveis entre herdeiros”.

O caso de fato é pra lá de complicado. Howard e mais outros herdeiros contestam inventário do espólio do senhor José Araújo, patriarca da família, falecido em 1993. O terreno do especulado shopping integra herança orçada em R$ 100 mi. Howard era esposo de Marinete Araújo, uma das herdeiras, que lavrou testamento em maio de 2011 passando todos os seus bens para o companheiro com quem viveu 43 anos.

Só depois da morte da mulher, em novembro, ele foi surpreendido com outro testamento feito 20 dias depois do primeiro num cartório sob intervenção e exatamente no dia em que o interventor fora nomeado. Para surpresa maior: o novo documento misteriosamente transferia todos os bens dela no Brasil para os irmãos.

De lá pra cá, Howard e outros herdeiros questionam a partilha do espólio na Justiça a partir da suspeita de fraude num testamento que tira direitos de um dos herdeiros e da necessidade de reavaliação dos bens. Até a Procuradoria do Estado peticionou nos autos, temendo que o erário perca vários milhões de reais em impostos.

Há de se perguntar: um grupo empresarial sério e com planos de gastar R$ 200 milhões apostaria negócios num terreno sub judice e envolvido numa situação tão atípica? Pelo visto, esse fantasma ainda assombrará muita gente viva por aqui.

*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 07/12/2013 (sábado).

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

Leia Também