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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Senado em aberto

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publicado em 20/02/2014 às 16h34

À exceção da pré-lançada candidatura do vice-governador Rômulo Gouveia, a disputa para a única vaga de senador pela Paraíba deste ano está em aberto, como se diz no jargão dos mais abalizados analistas políticos. A quatro meses das convenções, não há outro tarimbado político paraibano em plena campanha pelo cargo.

Cenário em parte explicado pelo clima de indefinições reinante. A expectativa de decisão do senador Cássio Cunha Lima conseguiu a proeza de imobilizar praticamente toda a classe política, que aguarda acocorada o posicionamento oficial do tucano para, ato contínuo, poder se mexer e visualizar conjecturas.

O que temos, no máximo, são alguns nomes lembrados: Wilson Santiago, Ruy Carneiro, Cícero Lucena, Wellington Roberto, Aguinaldo Ribeiro e, correndo por fora, muito por fora, Efraim Morais, pelo peso do DEM. Desses, só Santiago e Cícero precisam, por sobrevivência, do espaço. Os demais se contentariam bem com suas reeleições.

Rômulo deve estar apostando nesse vácuo quando joga todas suas fichas. Mas mesmo ele, com bloco na rua e baixa rejeição, deve enfrentar resistências em Campina Grande, após o desembarque do grupo Cunha Lima, cuja inquestionável influência eleitoral na cidade e no Estado pode empinar outra candidatura.
Por razões óbvias, Cássio vai prorrogar pra última hora a escolha de seu senador. Já o companheiro de chapa de Veneziano Vital deve ficar entre PR e PT. Não sendo possível, por falta de apetite de Wellington ou ausência de quadro do PT, sobrará para Zé Maranhão ou Manoel Júnior.

Independente dos escolhidos, a concorrência tende a ser equilibrada. Por isso, deve prevalecer o histórico onde o candidato a governador vencedor do primeiro turno arrasta o senador. Quem terá mais força pra puxar? Eis aí o “x” da questão.

Sim – Gente próxima a Veneziano Vital não refuta completamente e até enxerga com certa simpatia a tese – remota, frise-se – de aliança ao PSDB, com o ex-prefeito figurando na vaga ao Senado.

Não – Já o próprio Veneziano não quer nem ouvir falar no assunto. Primeiro, se acha com chances reais de suplantar o primeiro turno. Segundo, entende que aliar-se aos Cunha Lima seria suicídio.

Interlocutor – Foi o empresário Roberto Santiago, nome chancelado por Ricardo e Cássio para o mister, quem intermediou a última tentativa de conversa e acordo entre o governador e o senador no mês passado. Homem da confiança dos dois, Roberto ouviu queixas e ponderações de ambos. Só não conseguiu juntá-los na mesma mesa.

Senha – Histórica seguidora do clã Cunha Lima, ex-deputada Socorro Marques (PPS) deseja ver o filho e suplente, Monaci (PPS), permanecer na Assembleia. É o passe para quem quiser o voto da família.

Cutucada – Título do release distribuído com a imprensa pela assessoria do PSB, ontem: “Deputada Gilma Germano segue com Ricardo se Cássio romper”. Dá pra imaginar a ‘felicidade’ do núcleo cassista ao ler.

Obras – “É tanta coisa sendo feita que precisaria de um dia inteiro para relatar”. Foi esse o argumento da presidente do PRP, Maria da Luz, até então militante Cunha Lima, no anúncio de apoio a Ricardo.

Adaptação – Mesmo com Cássio de “cabo eleitoral”, o secretário Ricardo Barbosa (PSB) só tirou três mil votos em Campina. Já que optou pelo apoio a Coutinho, Barbosa vai montar praça na Capital: “É meu foco”.

Espreita – Ex-chefe da Casa Civil, o professor Lúcio Flávio (PSB) faz suspense sobre seu voto em 2014. Carrega a mágoa de ter sido demitido via celular, mesmo após carregar o peso do processo dos gastos da Granja.

Roda gigante – Sincero ao extremo, o líder do governo, Hervázio Bezerra (PSB), admite baixas na bancada com o rompimento. “Mas na hora que gente perde, a gente também pode conquistar”, avisou.

Instinto – Quando Hervázio trocou o PSDB pelo PSB, no prazo final das filiações ano passado, emitiu uma inconfundível sinalização da iminente candidatura de Cássio ao governo. Saiu a tempo de sobreviver…

Ausculta – O deputado Wilson Filho (PTB) iniciou consultas informais a amigos. Quer saber qual caminho mais apropriado a ser seguido por ele e pelo pai (Wilson Santiago) diante do novo cenário em curso.

Beco estreito – O prefeito Luciano Cartaxo (PT) conseguirá conciliar, sem maiores atritos, as candidaturas a deputado federal de Nonato Bandeira (PPS), seu vice, e de Lucélio Cartaxo (PT), seu irmão?

Holding – Muito bem sucedido no mundo dos negócios, o deputado João Henrique (DEM) investe na compra de emissoras de rádio no Interior. A última de suas aquisições foi uma AM em Princesa Isabel (Sertão).

PINGO QUENTE “Sem essa discussão o partido não senta”. Do ex-senador Efraim Morais adiantando que o DEM só se alia a quem ofertar vaga na chapa majoritária.

*Coluna publicada no Correio da Paraíba, edição do dia 19/02/2014 (quarta-feira)

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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