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“Alemão”: ficção… ou realidade?!

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publicado em 17/03/2014 às 09h59

Reporto-me ao filme (de título “Alemão”), que está sendo exibido em centenas de cinemas do Brasil, inclusive, por óbvio, aqui em João Pessoa. E já o assisti… E mais uma vez fiquei orgulhoso com o alto nível da produção cinematográfica brasileira. Mas, nenhum orgulho proporcionou-me diante da realidade retratada nesse filme, embora seus produtores registram, na apresentação do mesmo, tratar-se de uma obra de ficção!

Não se constituem em ficção as imagens e palavras do governador do Rio de Janeiro incluídas neste filme, referindo-se à ocupação do Complexo do Alemão pelas tropas da Segurança Pública, em novembro de 2010.[

Também não são mera ficção as imagens de reportagens televisivas sobre aquela ocupação, igualmente constantes no filme “Alemão”. E, de igual modo, não correspondem a uma ficção os morros, as estreitas “ruas” e tantas “ruas”/corredores de no máximo um metro que separam um do outro lado das “casas” (casas?”…) dessas “ruas”/corredores.

Um filme assim, com tantas imagens reais, não pode ser enquadrado como uma obra de ficção. A ficção está tão só no roteiro escolhido e/ou elaborado. Porém, tudo quanto está apresentado no filme “Alemão” espelha o retrato fiel de tanta má qualidade de vida a que estão submetidos tantos e tantos brasileiros, de um canto a outro do Brasil, se bem que o Rio de Janeiro demonstre ser, na terra brasileira, o maior cenário deste quadro de tamanhos contrastes sócio-econômico e de presença conjugada da pobreza e violência. E isto desdiz, na plenitude sócio-econômico-cultural, a fama de “Cidade Maravilhosa”. E o é tão só na pintura, na fotografia… na beleza que a própria natureza conferiu-lhe.
Quem são os responsáveis por esta situação?!

Nem precisa responder.

Entretanto, não se pode deixar de dizer que enquanto a miopia político-administrativa persistir, miopia esta em que prevalece só o olhar para o próprio umbigo, só o olhar para a próxima eleição, portanto o país, os estados e as cidades desprovidos de um planejamento integrado que ponha fim às improvisações (consequentemente às invasões e invasões, até em áreas impróprios como nos morros do Rio de Janeiro), a esperança brasileira, por real desenvolvimento, fica cada vez menor!

É uma pena!

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