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OPINIÃO

Dilma Rousseff elogia acordo para EUA e Cuba retomar relações

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publicado em 18/12/2014 às 06h35

A presidente Dilma Rousseff elogiou nesta quarta-feira (17) o anúncio dos presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, de retomada das relações diplomáticas entre os dois países após 53 anos. O embargo comercial, porém, permanecerá.

"Acredito que isso é um marco nas relações aqui da nossa região, mas, sobretudo, do mundo, porque eu acredito que a possibilidade de relacionamento, o fim do bloqueio, o fato de que Cuba tem, hoje, condições plenas de conviver na comunidade internacional é algo extremamente relevante para o povo cubano e, acredito, para toda a América Latina", disse a presidente, após participar da Cúpula do Mercosul, em Paraná (Argentina).

Barack Obama confirmou que Cuba libertou nesta quarta o prisioneiro americano Alan Gross e, em troca, três agentes de inteligência cubanos que estavam presos nos Estados Unidos voltaram à ilha. A transferência de Gross e dos cubanos Luis Medina, Gerardo Hernandez e Antonio Guerrero foram concluídas.

Obama também disse que espera um debate sério do Congresso norte-americano para que levante o embargo que o país mantém a Cuba, que proíbe a maioria das trocas comerciais. Os dois países não se relacionavam desde 1962 – mantendo apenas seções de interesse de nível menor desde 1977 em suas respectivas capitais.

Na Cúpula do Mercosul, Dilma defendeu "ações concretas" para garantir a integração de Cuba aos demais países da região. Na avaliação da presidente, o governo brasileiro tem enfatizado que essas ações sejam adotadas em favor da ilha.

Em declaração à imprensa, Dilma citou críticas à construção do Porto de Mariel, em Cuba, e que contou com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES).

"Algo que foi tão criticado durante a campanha [eleitoral], que foi o Porto de Mariel, mostra, hoje, a sua importância para toda a região e para o Brasil, na medida em que hoje o Porto de Mariel é estratégico pela sua proximidade com os Estados Unidos", disse a presidente.

Política ‘antiquada’

Barack Obama disse que a normalização das relações com Cuba encerram uma "abordagem antiquada" da política externa americana. Ao justificar a decisão, o presidente disse que a política "rígida" dos EUA em relação a Cuba nas últimas décadas teve pequeno impacto. O presidente americano afirmou acreditar que os EUA poderão ajudar o povo cubano.

"A mudança é difícil nas nossas vidas e na vida das nações. E a mudança é ainda mais difícil quando nós carregamos a carga pesada da história nos nossos ombros. Mas hoje nós estamos fazendo essas mudanças porque é a coisa certa a fazer", disse

Em Havana, Raúl Castro comentou o restabelecimento de relações diplomáticas e disse querer restabelecer os vínculos especialmente no que se refere a viagens, correio postal direto e telecomunicações.

‘Profundas diferenças’

Castro disse ainda que reconhece que há "profundas diferenças" entre os dois países, "fundamentalmente em matéria de soberania nacional, democracia, direitos humanos e política exterio".

O presidente cubano ainda disse que a ilha vai libertar e mandar para os EUA um homem de origem cubana que espionou para os americanos.

G1

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