João Pessoa, 28 de fevereiro de 2019 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Três testemunhas já prestaram depoimento no caso do homicídio e estupro da adolescente Rebeca Cristina, que é julgado nesta quinta-feira (28), no Fórum Criminal de João Pessoa. O ex-padrasto da menina, Edvaldo Soares da Silva, é apontado como autor do crime. Entre os relatos estão o da melhor amiga da vítima, além do testemunho de uma antiga vizinha do padrasto e a descrição do dia do crime feita por um colega de trabalho do suspeito.
A primeira testemunha, com identificação oculta por questão de segurança, contou ao júri que era vizinha de Edvaldo. Segundo ela, o suspeito era considerado membro da família e, ainda assim, tentou estuprá-la. A mulher, que na época da agressão tinha 13 anos, contou ainda que o suspeito invadiu a residência de madrugada, tentou desacordar a mãe dela e logo após foi até seu quarto.
“Ele tinha acesso total à minha casa. Um dia a chave da casa sumiu e passamos muito tempo procurando, minha mãe comentou com ele e logo ele encontrou a chave”, conta a vítima, que afirmou que Edvaldo havia furtado e tirado a cópia da chave antes de encenar encontrá-la, já planejando o ataque.
Segundo a jovem, a mãe dela, que considerava Edvaldo como filho, também foi agredida. Na noite em que entrou na residência de madrugada, o ex-padrasto de Rebeca encheu uma fralda com éter e tentou dopá-la. Como resistiu, chegou a ser agredida pelo homem.
Durante sua fala, a mulher ainda contou que, antes da tentativa de estupro, o acusado costumava ter atitudes suspeitas, chegando até a tentar beijá-la e observá-la tomar banho.
A melhor amiga de Rebeca relatou que a vítima havia visto conversas no celular de Edvaldo que indicavam um relacionamento extraconjugal com outro homem. Ao ser questionado pela enteada, o padrasto começou a tratá-la de forma diferente.
“Ele vendeu a aliança para pagar uma viagem para ela, pintou o quarto de Rebeca e comprou material escolar novo, mesmo sendo metade do ano letivo”, informou o promotor, o que foi confirmado pela testemunha. A amiga estudava na mesma escola que Rebeca, e costumava ir junto com a vítima para a aula.
Um ex-colega de trabalho de Edvaldo também foi testemunhou ao júri o que sabia do caso. Ele trabalhava no presídio do Roger junto com o acusado. Segundo a testemunha, o homem estava escalado para o dia do crime, mas não lembra se o suspeito foi trabalhar na ocasião.
“Eu sei que ele estava escalado para o serviço, mas como eu disse ao delegado, não tem como eu lembrar se o vi na formação porque ele estava tirando serviço a noite, e por algumas vezes, ele estava na guarita e era autorizado a permanecer. Mas se veio e esteve em forma, eu não lembro, mas ele estava escalado”, contou.
Sete pessoas vão testemunhar – quatro convocadas pela acusação e três pela defesa. O júri é composto por quatro homens e três mulheres.
Caroline Queiroz e Albemar Santos – MaisPB
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