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Desesperada por um homem, eleitora vai a Câmara e pede marido

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publicado em 01/09/2013 às 08h38

 Uma eleitora procurou o vereador de João Pessoa Lucas de Brito (DEM) com um pedido inusitado. A mulher pediu que o parlamentar lhe conseguisse um marido, conforme revelou matéria deste domingo(1) do Jornal Correio da Paraíba, sobre a invasão dos ‘pedintes’ na Câmara de João Pessoa.

“Também pedem dinheiro, medicamentos, cirurgias, viagens de férias, vestidos de noiva, aluguel de clube para festas, bolo de casamento e até marido. Isto mesmo. Uma eleitora procurou o vereador Lucas de Brito Pereira para pedir que ele lhe conseguisse um marido", diz texto da reportagem.

O vereador ficou surpreso com o pedido inusitado. Explicou que era comprometido e que não poderia atender ao pedido da eleitoral “desesperada” por um homem”, diz a matéria escrita pelo jornalista Adelson Barbosa.

Ainda de acordo com o texto, as pessoas pedem ainda: emprego, material de construção botijão de gás, pagamento de contas de água, luz e telefone, além de prestações atrasadas do carro e do cartão de crédito.

Mas, os pedidos não param por aí. Já teve eleitora que pediu ajuda para comprar o bolo de casamento da filha.

“Eu dei o bolo, ajudei no pagamento do vestido e no aluguel do Clube das Voluntárias para a festa”, disse o vereador João Almeida (PMDB), lembrando que a mãe da noiva ainda pediu para ele ir à despedida de solteira da filha.

O parlamentar contou ainda que um eleitor queria iniciar a vida profissional como motorista de transporte escolar e pediu uma Kombi de presente.

Leia a matéria completa

Eleitor pede de emprego a marido

CMJP é “invadida” por pessoas que tentam conseguir de vestido e noiva ao pagamento do cartão de crédito

Adelson Barbosa dos Santos

Os 27 vereadores de João Pessoa enfrentam, todos os dias, uma verdadeira romaria de eleitores pedintes que “invadem” a Câmara em busca de favores pessoais. Segundo os vereadores, os pedidos são os mais curiosos possíveis:emprego, material de construção, botijão de gás, pagamento de contas de água, luz e telefone, além de prestações atrasadas de carros e do cartões de crédito.

Também pedem dinheiro, medicamentos, cirurgias, viagens de férias, vestidos de noiva, aluguel de clube para festas, bolo de casamento e até marido. Isto mesmo. Uma eleitora procurou o vereador Lucas de Brito Pereira para pedir que ele lhe conseguisse um marido.

O vereador ficou surpreso com o pedido inusitado. Explicou que era comprometido e que não poderia atender ao pedido da eleitoral “desesperada” por um homem.

O vereador João Almeida (PMDB) disse que os pedidos de emprego são o “top”. Ele contou que uma eleitora pediu ajuda para comprar o bolo de casamento da filha. “Eu dei o bolo, ajudei no pagamento do vestido e no aluguel do Clube das Voluntárias para a festa”, disse o vereador, lembrando que a mãe da noiva ainda pediu para ele ir à despedida de solteira da filha.

Segundo João Almeida, os pedidos são tantos e tão inusitados, que, às vezes, fica difícil acreditar. Outro pedido que ele considera curioso: um eleitor queria iniciar a vida profissional como motorista de transporte escolar. E pediu que o vereador lhe desse uma Kombi de presente. Cada vereador tem um estilo próprio para se livrar dos pedidos dos eleitores.

Alguns vão direto ao assunto e afirmam, na cara, que não fazem este tipo de assistencialismo. Outros ouvem os pleitos com atenção, dizem que não podem atender, mas que vão orar a Deus para que o pedinte consiga o que quer. Um vereador disse a uma eleitora pedinte que, além de orar por ela, pediria ao pastor Estevam Fernandes, da 1ª Igreja Batista de João Pessoa, para também fazer orações para que ela consiga o emprego.

Profissionais tentam enganar vereadores

Segundo o vereador Djanilson Fonseca, há eleitores realmente necessitados que procuram os vereadores em busca de favores pessoais, mas nem sempre é possível atendê-los. Mas há, também, os pedintes profissionais, que tentam enganar todos os vereadores.

Muitos eleitores pedintes não têm escrúpulos e, na cara de pau, vão a todos os gabinetes, sempre com a mesma história. Já são conhecidos e evitados pelos vereadores e assessores.

Djanilson disse que foi procurado em seu gabinete por um eleitor que pediu para ele pagar seis parcelas atrasadas do carro financiado. “Eu não votei em você, mas pague as parcelas do meu carro que votarei na próxima eleição”, teria dito o eleitor ao vereador Djanilson Fonseca. Segundo o vereador, cada parcela do carro era de R$ 520,00.

Segundo Djanilson, muitos eleitores pedintes saem satisfeitos quando são recebidos pelos vereadores. “Os eleitores, principalmente aqueles que se identificam como evangélicos, vão embora satisfeitos, após receberem um não, pelo fato de terem sido recebidos pelo vereador. Outros vereadores sequer recebem. Não dão atenção e isso revolta os eleitores”, frisou.

Como o pedido campeão é o de emprego e os vereadores não podem atender, eles encontraram uma saída para se livrar dos eleitores sem magoá-los. Pedem que deixem os currículos. Há gabinetes com até 2 mil currículo, como o de João Almeida. (ABS)

Dinheiro para quitar prestação do carro

O gabinete de Eliza Virgínia, segundo ela, tem mais de mil currículos. “Recebo muitos pedidos de empregos. Devo ter mais de mil currículos no meu gabinete. Quando tomo conhecimento de vagas no Sine, faço os encaminhamentos para cadastro”, afirmou. Eliza disse que um eleitor a procurou para pedir o pagamento do cartão de crédito. Outro pediu uma geladeira. Também houve quem pedisse o pagamento atrasado da prestação do carro. Elisa disse que tenta explicar aos eleitores que não tem condições de atender tais pedidos.

Nos outros gabinetes, a média de currículos acumulados é de 150. Um vereador que não quis se identificar disse que é obrigado a descartar (jogar fora), de tempos em tempos, os currículos que chegam a seu gabinete. “São muitos e não tenho como conseguir emprego”, disse. Segundo outro vereador, que também não quis se identificar, cada vez que seu gabinete acumula 150 currículos, eles são jogados fora. “Mando rasgar tudo e jogar no lixo”, comentou o vereador.
A reportagem testemunhou a reação de um vereador diante do pedido de uma eleitora que teria chagado a João Pessoa há pouco tempo, procedente de uma cidade do Vale do Piancó:

“Os vereadores estão quebrados, minha senhora, e só vão recuperar o dinheiro que gastaram na campanha daqui a um ano. Vá para a Assembleia Legislativa. Os deputados estão lá há três anos e têm muito dinheiro acumulado para gastar na campanha do próximo ano. Procure os deputados. Um ou dois vão dizer não. São 36 a algum deles vai doar algum dinheiro para a senhora”.

Diante da insistência da mulher, o vereador continuou: “Ela é uma artista. É uma profissional. Dou valor a ela, porque ela é insistente. Minha senhora, nós somos escravos do diabo e muitos estão nas mãos dos agiotas, que são como os gafanhotos. Não posso ajudar à senhora, porque devo mais de R$ 150 mil e pago R$ 7 mil por mês aos agiotas”. (ABS).

MaisPB

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