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Explosão de carro-bomba deixa 10 mortos em Bogotá

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publicado em 17/01/2019 às 20h07
atualizado em 17/01/2019 às 17h08

Um carro-bomba explodiu perto de uma academia de polícia em Bogotá, capital da Colômbia, matando ao menos 10 pessoas e ferindo mais de 50, num ataque que despertou o temor de um retorno ao passado violento do país.

De acordo com as autoridades, o carro, um Nissan Patrol cinza, avançou através de postos de verificação às 9h30 (12h30, no horário de Brasília), entrou na área da Escola Geral Santander, no sul da capital, e explodiu em seguida, estilhaçando as janelas dos apartamentos ao redor.

O presidente Iván Duque chamou o ataque a bomba de “ato terrorista louco” contra cadetes desarmados. Ele disse ter ordenado à polícia e aos militares que encontrem os responsáveis e os levem à Justiça.

“Os colombianos nunca cederam ao terrorismo, nós sempre o derrotamos. Esta não será uma exceção”, disse ele em uma entrevista na academia.

Os investigadores identificaram o motorista como José Aldemar Rojas Rodriguez. Ele estava entre os mortos, disse o procurador-geral da Colômbia, Nestor Humberto Martinez. Ele acrescentou que o carro estava carregado com 80 quilos de pentolite altamente explosivo, substância que no passado era utilizada por grupos guerrilheiros colombianos.

Até o momento, ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque, e Humberto Martinez disse que os investigadores buscam pelos “autores intelectuais” do atentado.

O Ministério da Defesa informou em um comunicado que 10 pessoas morreram e outras 54 ficaram feridas. Nove dos mortos eram cadetes da academia, segundo a polícia.

Um helicóptero policial sobrevoava a área e familiares se reuniam, muitos chorando em busca de informação. Imagens que circulam em redes sociais mostram destroços em chamas de um veículo em um estacionamento e socorristas no local.

Carros-bomba foram frequentes na Colômbia em decorrência de décadas de guerra civil entre o Estado e diversos grupos terroristas de esquerda, bem como da violência ligada ao cartel de drogas de Medellin, liderado pelo narcotraficante Pablo Escobar.

O núcleo da guerra, na qual 260 mil morreram e milhões foram deslocadas, teve um desfecho em 2016, quando o governo fechou um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O último grande atentado no país havia ocorrido em janeiro de 2018, quando o maior dos grupos rebeldes ainda ativos, o Exército de Libertação Nacional (ELN), detonou uma bomba na cidade de Barranquilla, no norte do país, matando cinco policiais e ferindo dezenas.

O ELN, composta por cerca de 2 mil combatentes e considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos, tem participado de negociações com o governo desde fevereiro de 2017, com o objetivo de encerrar o conflito.

Duque, que tomou posse em agosto, colocou como condição para as negociações de paz com o ELN a interrupção das hostilidades e a libertação de todos os reféns.

Não há indicações de que o ELN esteja por trás do atentado em Bogotá.

Reuters

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