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FIM DE PRAZO

Transferências de partidos inflam as tradicionais legendas no Brasil

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publicado em 05/10/2013 às 09h05

 Às vésperas do fim do prazo para filiações partidárias com vistas às eleições do próximo ano, os dois partidos recém-criados no país, o Pros e o Solidariedade, atraíram apenas 39% dos deputados estaduais e distritais que trocaram de legenda até agora.

Os números contrastam com a expectativa de que as novas legendas atrairiam a maior parte dos políticos, pois, em caso de siglas recém-criadas, quem chega não corre o risco de cassação por infidelidade partidária.

Juntos, os novos partidos receberam ao menos 48 dos 123 deputados envolvidos na dança das cadeiras nos Legislativos estaduais até ontem, segundo levantamento feito pela Folha –29 foram para o Pros (Partido Republicano da Ordem Social) e 19 para o SDD (Solidariedade).

Apesar do risco de terem o mandato cassado por infidelidade partidária, 67 deputados estaduais preferiram se filiar a um dos partidos mais antigos, antecipando em alguns Estados a formação de coligações para 2014. Oito deputados ainda não haviam definido a sigla de destino até a conclusão desta edição.

As mudanças de legenda desta semana atingiram 12% dos 1.059 deputados estaduais e distritais. O troca-troca partidário se intensificou porque quem pretende disputar as eleições do ano que vem tem até hoje para se filiar à legenda pela qual participará da disputa.

Na avaliação do cientista político David Fleischer, da UnB, a regra da fidelidade partidária, em vigor desde 2007, "não pegou".

"Em 2009 a fidelidade partidária foi desmoralizada e vai ser desmoralizada agora de novo", afirma, lembrando que políticos que trocaram de legenda antes das eleições de 2010 conseguiram escapar da perda de mandato.

Segundo a lei eleitoral, os partidos podem reivindicar o mandato do político que deixou a legenda sem justa causa. Consideram-se justas causas fusão ou criação de partidos, mudança substancial do programa partidário e grave discriminação pessoal.

Folha 

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