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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A explicação da crise

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publicado em 04/08/2014 às 17h57

Regulação e estrangulamento da rede. Eis os dois problemas principais apontados ontem pelo secretário Waldson Souza, para explicar o que leva o Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena de João Pessoa ao atual quadro de superlotação e retenção de macas, conforme abordamos na Coluna de ontem.

“A gente tem identificado uma quantidade muito grande de usuários do SUS enviados pelo Samu não regulados”, disse. Regulação é a comunicação prévia entre o Samu e a equipe receptora do paciente no Trauma. “O hospital não tem a condição realmente de se preparar para atender uma demanda daquele porte”, admite.

Quando não ocorre a devida regulação, explica Waldson, o paciente tem que ser encaminhado a outras portas de urgência, quando constatada a divergência entre o perfil do atendimento necessário e o serviço especializado do Hospital de Trauma. “É essa a dificuldade que estamos enfrentando”, pontua.

O problema do Hospital está longe de ser maca, afirma o secretário. “Esse é o mote que está sendo utilizado exatamente pela permanência de maior tempo de macas que chegam até o hospital, através do Samu, e não podem sair porque não podemos colocar esse paciente no chão ou em outro local indevido”, frisa.

“Se o paciente chega sem regulação, essa maca deve aguardar a saída e a liberação do leito. Caso contrário, a gente vai ter uma situação de desassistência completa por não ter acomodação suficiente”, informa, reconhecendo que o Trauma está operando com a capacidade máxima e mesmo assim não dá conta da demanda.

Um dado que por si só suscita o aprofundamento do debate para diagnóstico das causas e, sobretudo, na aplicação do remédio das soluções. O que não pode é o paciente, a vítima de toda essa falha engrenagem, pagar o preço. Muitas vezes com a vida.
 

*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 1º/08/2014 (sexta-feira).

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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