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PB aumenta população, mas reduz leitos

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publicado em 19/10/2018 às 18h29
atualizado em 20/10/2018 às 06h33

Um estudo divulgado nesta sexta-feira (19) pela Confederação Nacional dos Municípios aponta uma queda no número de leitos em hospitais públicos e particulares da Paraíba em um período de dez anos.

De acordo com o levantamento, em 2008, quando a população do estado era de aproximadamente 3,7 milhões de cidadãos haviam 9,7 mil camas de internação, o que representa uma média de 2,9 leitos para cada mil habitantes. Já em 2018, quando a população cresceu para 4 milhões de pessoas, o número caiu para 8,5 mil, uma média de 2,1 unidade para cada mil habitantes, resultando uma redução de 1.138 leitos.

Em João Pessoa, capital do Estado, a redução foi de 2,2 mil para 2 mil. Nos demais municípios paraibanos a queda foi de 6,6 mil para 4,9 mil unidades de internação.

Mesmo assim, a Paraíba consegue ter a segunda maior Área de Cobertura Básica do Brasil (98%), perdendo apenas para o Piauí, que consegue atender a 100% da população do Estado.

Dados nacionais 

No Brasil, foi constatada a perda  23 mil leitos hospitalares, o que representa seis camas para internação de pacientes na rede pública de saúde desativados por dia. “Os leitos públicos reduziram drasticamente, passaram de 460.656 para 437.565 na última década. Hoje, nenhuma região atinge a quantidade recomendada pelo Ministério da Saúde”, explica o presidente da CNM, Glademir Aroldi.

A taxa ideal de leitos é entre 2,5 e 3 leitos para cada mil habitantes, segundo Ministério da Saúde. O Norte apresenta os números mais distantes do recomendado, contabiliza 1,7; seguido do Nordeste e do Sudeste, com 2 leitos para a mesma proporção de pessoas. O Sul e o Centro-Oeste disponibilizam 2,4 e 2,3, respectivamente. A média nacional é de 2,1 leitos por mil habitantes. No entanto, enquanto os leitos da rede pública têm apresentado redução, os da rede privada aumentaram em 18,3 mil unidades.

Considerando a quantidade de leitos hospitalares por especialidade, identificou-se que os leitos denominados outras especialidades, pediátricos e obstétricos apresentaram redução mais acentuada ao longo do período analisado, com -24,73%, -22,32% e -13,81%, respectivamente. Em contrapartida, os leitos de hospital-dia tiveram aumento expressivo, que reflete possivelmente a inclusão de procedimentos rápidos e tratamentos clínico, cirúrgico, diagnóstico ou terapêutico, que ocupam o leito por um período máximo de 12 horas.

O estudo confirmou ainda uma concentração de verbas e estabelecimentos de saúde nas grandes capitais do país. No ano de 2015, as 26 capitais mais o Distrito Federal – que indicam 0,49% do total de cidades – receberam do Ministério da Saúde 47% dos recursos destinados aos seis blocos de financiamento do SUS. Enquanto isso, os outros 5.543 Municípios – ou 99,5% deles – receberam 53%, pouco mais da metade desses recursos. Essa concentração se mostra também em relação aos recursos humanos na área da saúde, em especial dos profissionais médicos.

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