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ABUSOS SEXUAIS

Papa aceita renúncia de cardeal dos EUA

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publicado em 12/10/2018 às 10h47
Foto: Win McNamee/Getty Images North America/AFP

O Papa Francisco aceitou a renúncia do cardeal americano Donald Wuerl a sua posição de arcebispo de Washington, depois de suspeita de acobertar casos de abusos sexuais por parte de padres pedófilos, afirmou a Santa Sé nesta sexta-feira (12).

O próprio bispo Wuerl, que completará 78 anos em novembro, anunciou em setembro que pretendia apresentar sua renúncia ao pontífice. Ainda não foi nomeado um substituto. Por isso, o Papa pediu que Wuerl permanecesse como administrador apostólico da arquidiocese – semelhante a um gerente interino – até que um sucessor seja nomeado.

E em uma carta divulgada na sexta-feira, o Papa elogiou Wuerl por sua “nobreza” ao lidar com as críticas contra ele.

Wuerl respondeu dizendo que estava emocionado pelas “palavras graciosas de compreensão” do Papa e pediu perdão pelos “erros do passado”.

Um extenso relatório do grande júri dos Estados Unidos divulgado em agosto revelou denúncias contra mais de 300 padres pedófilos e identificou mais de 1.000 vítimas de abuso sexual infantil encobertas durante décadas pela Igreja Católica no estado da Pensilvânia.

O relatório é considerado o mais abrangente até hoje em relação ao abuso na igreja dos EUA, mas quando os promotores entraram com acusações contra dois padres, a grande maioria dos crimes já havia prescrito.

No relatório, Wuerl, que foi bispo de Pittsburgh de 1988 a 2006, é repetidamente citado como um dos líderes da Igreja que ajudou a encobrir o escândalo. Ele enfrenta numerosos pedidos por sua renúncia, inclusive de seu próprio clero.

Na capital americana, no mês passado, Wuerl se prostrou ao chão em sinal de arrependimento em uma missa dedicada às vítimas de abusos sexuais.

O arcebispo de Washington anterior, Theodore McCarrick, foi forçado a renunciar como cardeal em julhopor acusações de que abusou de ao menos dois menores de idade e seminaristas adultos. McCarrick já estava aposentado, mas continuava viajando, sobretudo para defender temas de direitos humanos.

G1

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