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Em nota oficial

Palmeiras desisti de brigar para anular decisão do Paulista

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publicado em 19/09/2018 às 18h10
atualizado em 19/09/2018 às 18h06

São Paulo, Brasil

“A Sociedade Esportiva Palmeiras entende que deu sua contribuição ao demonstrar, de maneira inequívoca, a interferência externa na atuação da arbitragem na final do Campeonato Paulista deste ano. Após um processo de investigação extremamente minucioso, o Palmeiras comprovou que houve comunicação não permitida pelo regulamento com os árbitros.

Infelizmente, os tribunais esportivos brasileiros não entendem que a série de fatos apresentados constitui prova suficiente para anulação de uma partida de futebol, o que lamentamos.

Porém, tudo o que foi demonstrado pelo Palmeiras foi referendado pela opinião pública e pela mídia especializada e, graças a essa movimentação do clube, algumas atitudes foram tomadas no sentido da evolução no futebol brasileiro.

A CBF, que não introduziu o uso do VAR no Campeonato Brasileiro porque não teve a votação suficiente dos clubes, determinou sua utilização a partir das quartas de final da Copa do Brasil. O Palmeiras foi o único clube do Estado de São Paulo que votou a favor do uso da tecnologia e seguiu fazendo gestões junto à CBF para que a ideia não fosse arquivada.

Até a FPF, após as evidências levantadas pelo Palmeiras, decidiu adiantar o uso do VAR, e o Campeonato Paulista de 2019 também terá a utilização desta tecnologia a partir das quartas de final, o que, esperamos, ajude a diminuir as questões duvidosas e traga legitimidade à tecnologia no auxílio à arbitragem.

Ainda há espaço para mais avanços. Por isso, o Palmeiras segue sugerindo a disponibilização das gravações das comunicações entre os árbitros e a reciclagem e renovação do comando do Departamento de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol.

A Sociedade Esportiva Palmeiras espera que esse caminho de evolução não tenha mais volta no futebol brasileiro. O clube seguirá, por sua vez, sempre batalhando e à frente de posturas que contribuam para o desenvolvimento do esporte nacional.

Para este caso específico, consideramos nossa missão cumprida e, por isso, não daremos sequência a novos recursos.

Sociedade Esportiva Palmeiras

O Palmeiras desistiu oficialmente de brigar para anular a decisão do Campeonato Paulista de 2018. A nota oficial que acaba de ser divulgada pelo clube mostra o desgaste pessoal de Mauricio Galiotte. O dirigente tomou essa decisão depois que o STJD rejeitou de forma unânime o pedido para a anulação da partida diante do Corinthians.

Os auditores entenderam que não havia provas da participação externa na anulação do pênalti de Ralf em Dudu, marcado pelo árbitro Marcelo Aparecido de Souza.

O Palmeiras chegou a contratar a empresa norte-americana Kroll. Especializada em investigação de fraudes. Ela foi fundamental, por exemplo, na CPI do Caso PC Farias, que levou Fernando Collor à renúncia da presidência da República. E o advogado criminal José Luis Oliveira Lima. Sim, Galiotte tratou a questão como criminal.

As brigas na Justiça Desportiva levaram cinco meses. Houve gastos e decepções. A diretoria palmeirense vê uma grande pressão da Federação Paulista de Futebol para manter o título para o Corinthians. Se fosse constatada a interferência seria o maior escândalo da história da entidade. E desgastaria o presidente Reinaldo Carneiro Bastos, que já perdeu força ao tentar tomar o poder de Marco Polo del Nero, presidente banido da CBF, mas que ainda tem grande influência, a ponto de receber presidentes de federações em sua casa e traçar estratégias com o eleito Rogério Caboclo.

Reinaldo Carneiro Bastos nega qualquer pressão. E diz que a justiça que validou o Paulista.

Aconselhado por vários conselheiros próximos, Galiotte desistiu de sua promessa de levar a questão à Fifa. E, se preciso, à Justiça Comum. Por um motivo simples.

Haverá eleição para a presidência no final do ano. E Galiotte quer ser reeleito e ficar mais três anos no cargo. Ele sabe que a chance de seu adversário maior, o próprio vice-presidente Genaro Marino, é pequena. Mas o vice está tentando aglutinar a oposição.

Se Galiotte partisse para uma briga na Fifa e também perdesse, seria mais desgaste.

Daí, a desistência.

Só que o dirigente saiu arranhado da questão.

E quer vingança contra a FPF.

Ele sabe que a entidade nada pode fazer se houver um boicote.

Se escalar um time ‘alternativo’ para toda a competição.

Para a ideia de colocar uma equipe sub-20, a FPF poderia restringir o número de inscrição para atletas sub-20.

Só que não poderia fazer nada se o Palmeiras inscrevesse apenas seus reservas. Nenhuma das suas grandes estrelas. O elenco montado por Alexandre Mattos é enorme. Há como tirar 18 atletas de maior potencial e fazer excursões, disputar torneios de verão fora do país.

Mas para isso há a necessidade da liberação por parte da própria FPF. Ninguém se esquece do quanto a Federação Carioca atrapalhou o início do extinto torneio Sul-Minas.

Mas Galiotte conseguiu algo que é raro no Palmeiras.

Ele tem o apoio do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação Fiscal.

O que decidir fazer em relação ao Campeonato Paulista, terá apoio.

O dirigente não esquecerá a final de 2018.

Com a humilhação do Corinthians comemorando o título na arena palmeirense.

Por interferência externa na arbitragem, de acordo com o dirigente.

Marcelo Aparecido seguirá vetado para os jogos do Palmeiras até o final de sua carreira.

Conselheiros juram que o presidente não definiu o torneio de ‘Paulistinha’ à toa.

Galiotte vai provar sua insignificância ao Palmeiras.

Ainda mais agora, que está centrado.

Desistindo de brigar na Fifa e na Justiça Comum…

R7 Esporte

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