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LEVANTAMENTO

Defensoria encontra 853 presos sem documentos

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publicado em 02/08/2018 às 16h26
atualizado em 03/08/2018 às 06h42
(Foto: reprodução)

Um levantamento realizado pela Defensoria Pública da Paraíba (DPPB) constatou a existência de 853 apenados sem documentação nos presídios paraibanos. Fruto do projeto itinerante Cidadania nos Estabelecimentos Penais, realizado pelas gerências da Execução Penal e Acompanhamento de Penas Alternativas e da Articulação com Estabelecimentos Penais, esse levantamento resultará em uma ação coletiva envolvendo vários órgãos do Estado, além da Associação dos Notórios da Paraíba (Anoreg), que viabilizará a retirada de documentos dos apenados.

Na última segunda-feira (30), representantes de todos os órgãos envolvidos, incluindo as secretarias estaduais da Administração Penitenciária, Segurança e Defesa Social, Saúde e Desenvolvimento Humano, além do Instituto de Polícia Científica (IPC) – estiveram na sede da Defensoria Pública para a apresentação da minuta do Termo de Cooperação Técnica que estabelecerá as cláusulas do acordo.

De acordo com a gerente executiva da Execução Penal e Acompanhamento de Penas Alternativas da DPPB, Waldelita Cunha, embora o Termo ainda não tenha sido assinado, o processo de retirada dos documentos já está bem avançado. Ela afirma que já foi acordada com a representante da Secretaria de Saúde a coleta do exame de sangue da Penitenciária de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão, como também já foi enviado para o IPC a relação dos nomes das internas para a checagem dos dados.

“Esse levantamento foi realizado de janeiro a junho deste ano e agora damos mais um importante passo que é a retirada dos documentos. Iniciaremos esse trabalho pelo presídio feminino de João Pessoa e depois avançaremos pelas demais penitenciárias do Estado”, explicou a defensora.

A ausência de documentos gera uma série de dificuldades para os apenados dentro e fora da prisão. “Os presos ficam impedido de regularizar sua vida conjugal (casamento), de requerer o auxílio-reclusão e deixam de gozar o direito de responder o processo em liberdade por não ter documentos, entre outros contratempos. Além disso, fora da prisão, é muito mais difícil reconstruir a vida sem os seus documentos pessoais. Essa é uma ação de cidadania e a Defensoria tem se engajado para requerer o direito dos apenados”, afirmou Waldelita.

Confira a distribuição do número de presos sem documentos por penitenciária no estado da Paraíba:

– Penitenciária “Flósculo da Nóbrega” (473)

– Penitenciária de Segurança Média “Juiz Hitler Cantalice” (24)

– Penitenciária de Segurança Máxima “Geraldo Beltrão” (102)

– Penitenciária “Des. Silvio Porto” (48)

– Penitenciária “Dr. Romeu Gonçalves de Abrantes” (133)

– Penitenciária Regional Especial “Des. Francisco Espínola” (3)

– Instituto de Psiquiatria Forense (8)

– Penitenciárias Femininas “Maria Júlia Maranhão” (33)

– Campina Grande (12)

– Cajazeiras (14)

– Patos (3)

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