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Croácia bate Inglaterra e fará final inédita contra a França

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publicado em 11/07/2018 às 18h02
atualizado em 11/07/2018 às 15h03
Carl Recine/Reuters

Pela primeira vez na história, a Croácia está numa final de Copa do Mundo. Em uma partida emocionante, decidida na prorrogação, o time derrotou a Inglaterra numa virada por 2 a 1 e disputará o título contra a França no domingo (15) em Moscou.

É o terceiro estreante em finais em duas décadas. Em 1998, a França foi campeã, em casa, e em 2010, foi a vez da Espanha levar o título na África do Sul.

A Croácia supera sua épica campanha de 1998, quando estreou em Mundiais e só foi barrada na semifinal pelos mesmos franceses que irá enfrentar agora.

O resultado é uma combinação de aplicação tática, dedicação em e sorte. Com efeito, o jogo desta quarta (11) teve mais emoção do que técnica em campo.

Croácia e Inglaterra caíram na chave mais fracas, com menos campeões mundiais, a partir das oitavas de final do Mundial.

Enquanto ficaram pelo caminho Rússia, Dinamarca, Colômbia e outros times secundários, na chave francesa foram eliminados favoritos como o Brasil, Portugal, Argentina e a Bélgica.

Derrotada pela França na semifinal, a equipe belga pega a Inglaterra na disputa do terceiro lugar às 11h de sábado (14), em São Petersburgo.

Os ingleses repetem o desempenho de 1990, quando chegaram a uma semifinal pela última vez. Antes do Mundial da Rússia,

Ao meio-dia do dia seguinte, em Moscou, a França busca o bicampeonato contra a novata Croácia, time que nasceu dos escombros da antiga Iugoslávia em 1990 e só foi reconhecido três anos depois. É a equipe de história mais recente na Copa.

Os times chegavam à disputa com históricos contrastantes. Equipe mais antiga do mundo na Copa, com 146 anos, a Inglaterra enfrentava o esquadrão mais novo.

Os ingleses, contudo, ostentam um conjunto de jovens talentos, enquanto os croatas traziam a campo uma geração de destaques que provavelmente não jogarão mais Copas, como Modric e Mandzukic, ambos com 32 anos.

Mas o fôlego inglês do goleador da Copa, Harry Kane, 24, e do meia Dele Alli, 22, só se fizeram presentes no primeiro tempo. Logo aos 4min, Alli foi derrubado imediatamente à frente da grande área por Modric, que teve atuação apagada.

Trippier, que estreou na seleção inglesa em 2007 e não havia marcado gols na Copa, chutou com perfeição por cima de uma barreira de croatas com quase 1,90m de altura, sem chance para Subasic.

A Croácia se abateu, dando várias chances aos ingleses, aparentemente ignorantes da fama de pé-frio do cantor Mick Jagger, presente ao estádio.

A Croácia, grupo um pouco mais velho que o adversário, parecia sentir mais os dois jogos com disputa de pênaltis que teve de enfrentar para chegar à semi.

Houve também pressão extra sobre o zagueiro Domagoj Vida, autor da comemoração provocativa após a vitória contra a Rússia nas quartas –quando dedicou o feito à Ucrânia, rival de Moscou, e foi advertido.

Cada vez que Vida pegava na bola, a maioria russa do estádio o vaiava. A torcida croata ainda tentou engatar um canto de seu nome, sem tanto sucesso. Antes do jogo, haviam tentado agradar os anfitriões estendendo uma faixa com “Obrigado, Rússia” na língua local.

Mas foram os ingleses, em número claramente superior ao registrado em outros jogos, que fizeram mais barulho o jogo todo. Como antes, entoaram a plenos pulmões “Three Lions”, o hino britpop da Eurocopa de 1996.

Houve mais uma chance clara de gol aos 30min para os ingleses, com Kane forçando grande defesa de Subasic, que no rebote quase colocou a bola para dentro do gol –mas aí a arbitragem já marcava impedimento.

No segundo tempo, o cansaço dos croatas se fazia mais evidente, mas o time manteve a aplicação tática. Mais nervosa e violenta, a partida teve um cartão amarelo para cada lado.

Os croatas passaram a pressionar os ingleses em sua área. Aos 23min, o ritmo do jogo virou. A Croácia abriu o placar com um gol de Perisic, que venceu Walker e escorou um cruzamento. Novamente, a bola parada resolveu a parada na Rússia.

O mesmo atacante voltou à área inglesa, três minutos depois, e acertou uma bola na trave –a sobra ficou com Rebic, que jogou nas mãos de Pickford.

A blitzkrieg balcânica seguiu, com pelo menos mais três bons ataques croatas. A Inglaterra seguiu desequilibrada até o fim do tempo regulamentar.

Na prorrogação, os times começaram a gastar suas substituições. Aos 3min, Stones cabeceou rumo ao gol, após um escanteio. O zagueiro Vrsaljko salvou em cima da linha.

Já a Croácia teve uma grande chance nos acréscimos do primeiro tempo da prorrogação, quando Pickford fez grande defesa, interceptando um chute à queima-roupa de Mandzukic.

No segundo tempo, a grande atuação de Perisic fez a diferença. Ganhando uma dividida aos 2min, colocou Manduzkic na cara do gol: 2 a 1.

Antes do fim do jogo, a Croácia ainda tirou o autor do segundo gol e Modric, o craque que responde a um processo acusado de acobertar um esquema de desvio de dinheiro de transferências de um ex-cartola, e que pode pegar até cinco anos de cadeia.

O resto foi correria de lado a lado, e pelo menos uma oportunidade para a Croácia ampliar.

Ao fim, a festa croata e a necessidade de adaptação de um verso de “Three Lions”. A letra já desatualizada de 1996 falava em “30 anos de dor” da torcida. Hoje, já são 52.

Folha de São Paulo 

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