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Maduro diz que libertará opositor se os EUA soltarem López Rivera

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publicado em 05/01/2015 às 15h58

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo que concordaria em oferecer um indulto ao político opositor Leopoldo López, preso há quase um ano, se os Estados Unidos aceitarem libertar o porto-riquenho Óscar López Rivera, condenado por conspiração. López, um carismático líder da ala mais militante da oposição, se entregou à Justiça em fevereiro de 2014 em meio aos protestos antigovernamentais por todo o país, acusado de incentivar a violência nas ruas.

"A única forma em que eu usaria os poderes especiais que tenho seria para colocá-lo [López] em um avião que vá para os Estados Unidos, deixá-lo ali e me entregarem Óscar López Rivera”, disse o presidente em um discurso televisionado. López Rivera é um militante pró-independência de Porto Rico, ilha que mantém o status de Estado-livre associado aos Estados Unidos. Ele foi condenado a 70 anos de prisão, acusado de colocar várias bombas nos EUA. Em 1999, López Rivera rejeitou um indulto presidencial oferecido por Bill Clinton e seus simpatizantes o consideram um preso político.

Durante a posse da presidente Dilma Rousseff, no último dia 1º em Brasília, Maduro teve um breve encontro com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Segundo interlocutores presentes no encontrou, Biden pediu ao venezuelano para libertar os “presos políticos”. Maduro acrescentou que "soltar o monstro de Ramo Verde", como se refere a López, fazendo alusão ao nome da prisão militar onde aguarda a condenação, é “assunto nacional” e não está suheito às pressões externas.

Reunião – Neste domingo, o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, principal nome da oposição venezuelana, acusou o governo de Maduro de excluir os opositores de um encontro de governadores e ministros no Palácio Miraflores. O encontro, que aconteceu neste domingo, foram debatidas medidas para lidar com as crises econômica e de segurança no país.

A reunião foi anunciada por Maduro no dia 28 e Capriles confirmou sua presença dois dias depois. No entanto, o político opositor afirmou que "nunca chegou o convite, de modo que não poderíamos ir a uma reunião que foi convocada pela televisão", escreveu em seu perfil no Twitter. Horas depois, Maduro afirmou que apenas os governadores e ministros "bolivarianos" estariam com ele no Palácio de Miraflores, sede do governo.

China – Após a reunião, Maduro embarcou para a China em busca de apoio financeiro diante da queda dos preços do petróleo, em um giro que também o levará a países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). "Farei um giro pontual, vou à China à convite do presidente Xi Jinping, para trabalhar em projetos de caráter econômico, financeiro, energético, tecnológico, educacional, para o desenvolvimento integral", anunciou Maduro.

O preço do petróleo venezuelano caiu mais de 50% desde junho de 2014, sendo negociado a 46,97 dólares no fechamento de dezembro, o que reduz drasticamente a receita do país, que depende 96% das exportações petroleiras. A queda do óleo cru começou quando a economia venezuelana, atualmente em recessão, já enfrentava dois trimestres de contração. A isto se soma o auge inflacionário, que o governo calcula em 64% para todo o ano de 2014, e a falta de um em cada quatro produtos da cesta básica nos mercados do país.

(Com agência Reuters)
 

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