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Um ano de aprendizado

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publicado em 19/01/2015 às 14h51

O empresário Max Lopes, da Empresa Marcos da Silva (do transporte coletivo de João Pessoa), foi quem nos chamou a atenção para o editorial da mais recente revista Viajante, uma publicação bimensal da Marcopolo S/A. Esta empresa é uma das maiores encarroçadoras de ônibus do mundo, nascida em Caxias do Sul/RS, portanto aqui no território brasileiro, e que hoje já tem fábrica em oito países (África do Sul, Argentina, China, Colômbia, Egito, Índia, México e, claro, Brasil).

O referido editorial titulado “Um ano de aprendizado e persistência” é assinado pelo diretor de operações comerciais e marketing da Marcopolo, Paulo Corso. Nele, ao enfatizar que já se sabia que 2014 seria um ano difícil, Paulo Corso destaca, porém, que não se imaginava “que seria tão atípico, com tantos momentos conturbados e tamanhas indefinições que acabariam afetando sensível e drasticamente a indústria brasileira de ônibus”, inclusive empresas que, como a Marcopolo, trabalha utilizando-se do “planejamento com pés no chão” – assim dito por Paulo Corso.

O diretor da Marcopolo igualmente registra que sua empresa fechou o ano 2014 com menos de 30 mil unidades produzidas. Nessa queda de produção estão também os ônibus urbanos, bem menos adquiridos pelas empresas de transporte coletivo das cidades brasileiras. E diz Paulo Corso: “A demora nas correções das tarifas retardou a renovação das frotas”.

Essas colocações do diretor da Marcopolo remete-nos à recente declaração que fez o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, José Fortunati, prefeito de Porto Alegre/RS: “Se congelarmos as tarifas, nós começamos a sucatear o sistema”. E como houve esse retardamento de reajuste tarifário como ponderado por Paulo Corso, a maioria das empresas do transporte coletivo urbano não conseguiu renovar a frota, significando seu envelhecimento (ou sucateamento), repercutindo na baixa da qualidade do serviço prestado à população.

E quando a população passa a reclamar da qualidade dos serviços prestados, a queixa principal é contra as respectivas Prefeituras, que, como poder concedente, são as gerentes, as responsáveis diretas pela gestão do serviço público de transporte coletivo urbano. E nessa gestão de um setor que é essencial para as cidades, é preciso que se garanta o equilíbrio econômico-financeiro para a prestação de um serviço em nível satisfatório, o que só se consegue mediante a fixação de uma tarifa adequada e/ou subsídios governamentais, como faz o município de São Paulo que financia quase 30% do preço da passagem, além da desoneração dos impostos que incidiam sobre o serviço, afora a desoneração do ICMS que o Estado fez em relação ao óleo diesel consumido pelo sistema.

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