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Carona solidária

Motorista reduz custo e passageiro tem conforto

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publicado em 30/03/2018 às 14h10
atualizado em 31/03/2018 às 05h19
(Foto: reprodução)

Faz tempo que a carona facilita a vida das pessoas. Seja em levar alguém até a esquina ou cruzar um estado, o hábito tem se tornado cada vez mais comum na Paraíba e já virou até grupos nas redes sociais.

Quem participa de um desses é David Queiroga. O jovem sempre viveu em Sousa, mas ao passar para o curso de Medicina em uma universidade de João Pessoa, precisou morar na capital. Desde então, o estudante tenta usar os feriadões e tempo livre para visitar a família.

Antes ele ia de ônibus para o Sertão, mas agora de carro busca pessoas para ir com ele e dividir os custos. No entanto, essa nem é a maior razão para oferecer as vagas em seu veículo.  “Eu queria ter tido alguém para pegar essa carona quando eu não tinha carro, mas não tive. Passava mais de oito horas dentro do ônibus, e ainda tinha que comprar a passagem com antecedência”, relembra.

Nos grupos de whatsapp, motoristas e passageiros divulgam informações sobre viagens.

Nas ‘caronas solidárias’, os passageiros dividem os custos do combustível. O condutor costuma programar um ponto de encontro e dependendo do valor pago, é deixado exatamente em seu destino final. Em grupos no Facebook, e até Whatsapp, pessoas anunciam constantemente suas programações de viagem, seja oferecendo ou pedindo uma carona.

Os motivos para aderir são os mais variados.  O arquiteto Ettore Daniel, por exemplo, mora em Campina Grande, mas toda semana precisa viajar para João Pessoa, onde faz mestrado. Com o aumento no preço do litro do combustível, ele passou a considerar a ideia.

“Por que não compartilhar as vagas do carro com outras pessoas que vão ao mesmo destino, à mesma hora, e dividir o valor da gasolina com elas? Acaba sendo vantajoso pra todo mundo”, avalia o arquiteto.

Estratégia para driblar a violência

A servidora pública Shirley trabalha e mora em Campina Grande, mas nasceu em Recife e tem família em João Pessoa . Com tantos destinos e possíveis passageiros em seu carro, ela admite ter medo em alguns momentos, mas tenta se proteger de algumas formas.

“Sempre existe um receio, mas tomo alguns cuidados prévios, principalmente se for homem. Faço uma pesquisa rápida na internet de onde ele estuda,  trabalha, mora, vejo se temos amigos em comum. O risco é real, eu tomo os cuidados na medida do possível e coloco Deus à frente”, conta.

Apesar do receio, os maiores registros são de bons momentos. Segundo Shirley, muitas vezes os passageiros tornam a viagem mais agradável, e ainda há a chance de se tornarem bons colegas.

Em novembro de 2017, a radiologista Kelly Cristina Cadamuro foi encontrada morta depois que saiu de São José do Rio Preto (SP) com destino a Itapagipe (MG) para encontrar com o namorado. Kelly costumava oferecer ‘carona solidária’ quando viajava, mas dessa vez, foi vítima de latrocínio realizado por um dos passageiros.

Carona Solidária nas empresas

Nem só para longas distâncias as caronas solidárias são utilizadas. Recentemente o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) divulgou a campanha para troca de caronas entre os próprios funcionários. No órgão os servidores podem dividir o veículo e economizar nas despesas. A iniciativa visa reduzir o impacto dos poluentes no meio ambiente. O projeto é liderado pelo Núcleo Socioambiental. A presidente do grupo, Maria Hilarina garante que os funcionários podem aderir e sair da campanha a qualquer momento.

Caroline Queiroz – MaisPB

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