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"LIBERDADE"

Mulheres tiram a camisa em dia quente no Lollapalooza

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publicado em 23/03/2018 às 18h54
Mariana e Maria Clara curtem o Lollapalooza nesta sexta-feira (23), em São Paulo (Foto: Tatiana Regadas/G1)

Foi se o tempo em que somente os homens se livravam das camisetas em dias de calor forte. Elas ainda não são maioria, mas já são várias. No primeiro dia de Lollapalooza nesta sexta-feira (23), o calor forte e o sol fizeram algumas mulheres andarem pelo autódromo confortáveis apenas de top, biquíni ou até mesmo sutiã.

“Dá para você se vestir do jeito que você quiser, pessoal não incomoda, é bem liberal aqui”, disse Letícia Nikaso, que para a primeira vez no festival escolheu um top.

Já Jennifer Cadete, de 19 anos, exibia um sutiã por baixo da camisa aberta: “Aqui dentro não ouvi nenhum comentário, por enquanto nada. É uma coisa normal. Mas lá fora uns 500”, reclamou.

Para um grupo de cinco amigas que usava tops e biquínis o festival propicia o clima de liberdade, mas na “vida real” ainda há muito a conquistar.

“A gente estava vindo do trem para cá. E um cara parou e começou ‘gostosa! Olha essa roupinha’. E eu estou de biquíni! É o mesmo jeito que eu vou para a praia. Não posso usar na cidade? Não tem diferença nenhuma”, desabafou Mariana.

Apesar disso, elas acreditam que não é para mudar o jeito de se vestir. Seguir usando o que quer ajuda a combater o assédio: “Com certeza. Para eles entenderem que não é para falar nada”, concluiu Maria Clara.

Para Victoria Lopes, 17 anos, o festival é uma oportunidade de se sentir confortável sem se preocupar com assédio, mas o caminho até o autódromo não foi legal.

“O Lolla é o único lugar em que eu me sentiria bem para vir assim de biquíni e shorts. O caminho pra cá já é mais complicado… Até o metrô eu vim de casaco, quando chegou aqui pensei que fosse tranquilo tirar, mas quando estava subindo um ambulante começou a falar obscenidades para mim. Só estava eu e uma amiga, duas meninas.”

“Mas aqui no Lolla eu nunca recebi nenhum tipo de agressão. É todo mundo muito receptivo. Ninguém mexeu comigo. Eu estava ali perto do palco e tinha muita gente, muitos homens, é ninguém mexe, ninguém olha, ninguém fica cutucando”, diz.

G1

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