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Robô Curiosity completa dois mil dias em Marte

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publicado em 23/03/2018 às 18h37
atualizado em 23/03/2018 às 15h38
Robô está comemorando 2 mil 'dias marcianos' (Foto: NASA/JPL-CALTECH/MSSS)

O robô Curiosity, também conhecido como Laboratório de Ciência de Marte (MSL, na sigla em inglês), está comemorando 2 mil “dias marcianos” na superfície do planeta vermelho. Ao longo deste tempo, o equipamento produziu várias imagens notáveis. Conheça abaixo algumas delas, escolhidas pela equipe de cientistas do programa.

O início de tudo

A primeira imagem que o Curiosity produziu chegou apenas 15 minutos depois da aterrissagem em Marte, no dia 5 de agosto de 2012. O recebimento das imagens e de outros dados depende de um satélite da Nasa que sobrevoa a órbita de Marte, chamado Mars Reconnaissance Orbiter (MRO).

Um ciclo completo do MRO em torno do planeta vermelho determina um “dia marciano”, chamado pelos pesquisadores de “sol”.

A primeira imagem enviada pela Rover é uma fotografia granulada, feita pela câmera Front Hazard, do local conhecido como monte Sharp. Esta câmera geralmente é usada pelos controladores do aparelho para evitar obstáculos nos deslocamentos.

Primeira imagem produzida pelo robô em 2 de agosto de 2012 (Foto: NASA/JPL-CALTECH)

Seixos de rio

Quando começamos a dirigir, cerca de 16 “sóis” depois da aterrissagem, logo nos deparamos com esses “seixos” no terreno. O formato arredondado dessas pedras sugeriam que elas tinham se formado em um antigo riacho, que corria de um terreno elevado para o local conhecido como cratera Gale. A imagem capturada pela Mastcam mostra essas crateras em close.

Ao contrário do que esperávamos antes do pouso do Curiosity, a imagem não mostrava pedras de basalto primitivo e escuro, e sim uma formação rochosa mais variada e complexa. Os seixos desse antigo rio marciano nos fizeram repensar o que acreditávamos sobre o processo de formação geológica de Marte.

Pedras arrendadas sugerem que se formaram em um antigo riacho (Foto: NASA/JPL-CALTECH/MSSS)

Lago ancestral

Antes da aterrissagem e nos primeiros momentos da missão, nossa equipe não tinha certeza sobre o que eram os terrenos identificados nas fotos de satélite feitas pelo MRO. Algumas áreas poderiam tanto ser fluxos de lava vulcânica quanto sedimentos acumulados no leito de lagos secos.

Sem imagens feitas do solo, era impossível saber com certeza. Esta imagem resolveu a questão e representou um avanço para a exploração de Marte.

Descobrimos, assim, que o local chamado Baía de Yellowknife é formado por camadas de areia fina e lama seca, que foram depositadas ali por rios que corriam para um lago formado na Cratera Gale. Extraímos as primeiras 16 amostras de solo do local no “dia marciano” de número 182 – fizemos isso para levar o solo e as rochas até os espectômetros que estão dentro do robô. Os resultados, que incluíam argila, material orgânico e compostos que continham nitrogênio, mostraram que aquele local já habitável para vida microbiana. A pergunta seguinte – já houve vida em Marte? – continua sem resposta.

Águas profundas

O Curiosity chegou às colinas Pahrump no “dia marciano” de número 753. O que encontramos lá foi fundamental para explicar o passado da Cratera Gale. O aparelho encontrou rochas formadas por sedimentos de lama, criadas quando esse material se decantou lentamente no fundo do lago.

Ou seja: o lago da Cratera Gale foi um corpo d’água perene, que existiu durante bastante tempo, e era bastante profundo.

Desertos de areia parecidos com os da Terra

O robô chegou às dunas de Namib no “dia marciano” de número 1.192.

O local é parte de um “deserto” maior, chamado Bagnold. Este foi o primeiro campo de dunas ativo a ser explorado na superfície de outro planeta. O Curiosity teve de trilhar cuidadosamente seu caminho em meio às dunas. Apesar da atmosfera de Marte ser muito menos densa que a da Terra, ainda produz ventos capazes de carregar poeira suficiente para formar dunas como estas, similares às que vemos no nosso planeta.

G1

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