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Partos humanizados fazem bem para família

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publicado em 17/03/2018 às 16h28
atualizado em 18/03/2018 às 06h29
O nascimento de Luis Henrique foi partilhado com os pais na Maternidade de Patos

O Brasil ainda é o país campeão de cirurgias cesarianas no mundo. Na rede particular de saúde, 82% dos bebês nascem assim. Na pública, 37%. Mais que o dobro da estimativa aceita pela Organização Mundial de Saúde, que é de 15%.

Essa realidade começa a mudar a partir da conscientização das mães sobre as vantagens para elas e para os bebês do parto normal e humanizado. Na Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, que integra a rede pública estadual de saúde, o número de cesarianas vem diminuído nos últimos anos com a adoção de medidas que fazem bem para o binômio mãe-bebê, a exemplo dos partos normais em banqueta que permitem, por exemplo, amamentação na primeira hora e clampeamento tardio do cordão umbilical.

Hospital Amigo da Criança, a Maternidade prioriza partos humanizados e sempre teve como principal foco o parto normal. “As cesáreas só ocorrem na unidade quando existe uma indicação médica para tal procedimento”, explica o diretor geral da unidade, Dr. Umberto Marinho Júnior.

Ele lembra que no parto humanizado a mulher tem autonomia para decidir como quer parir, se na banqueta ou na cama, é ela quem escolhe a melhor posição, tendo o apoio da equipe médica durante todo o trabalho de parto. “No parto humanizado, o bem-estar da parturiente e do bebê são colocados em primeiro lugar. O trabalho da equipe é no sentido de garantir que ela esteja em um ambiente seguro, acolhedor e tranquilo e que esse momento único seja extremamente gratificante”, complementa Dr. Umberto.

E foi justamente isso que aconteceu com a promotora de Vendas, Estefânia Pereira Dantas, de 29 anos, moradora do Jardim Magnólia, em Patos, que teve seu primeiro filho, no dia 17 de dezembro do ano passado na Maternidade. O parto feito na banqueta, foi acompanhado durante todo o tempo pelo pai da criança e esposo da paciente, o Sr. Wagner Leite. Foi ele, inclusive, que a ajudou nas sessões de alongamento, nos exercícios com as bolas na sala de pré-parto e quem a acompanhou durante as caminhadas minutos antes de Luís Henrique nascer, sempre sob a supervisão de uma enfermeira obstetra.

“Só tenho a agradecer a equipe da maternidade onde fui muito bem acolhida e tratada. Eu não conhecia a maternidade, mas fiquei encantada com o tratamento e acolhimento”, afirma Estefânia. Luís Henrique, que completa no próximo dia 17 três meses de vida, é uma criança saudável, que mama no peito desde seu nascimento.

A irmã de Estefânia, Alane Pereira Dantas, 31 anos, também moradora de Patos, viveu experiência semelhante de parto humanizado na unidade, quando teve Artur, de parto normal, no último dia 06. A exemplo da irmã, ela também teve autonomia para decidir como queria parir, mas optou pelo parto na cama ao invés da banqueta.

Sobre parto humanizado

Segundo as recomendações da OMS, o parto humanizado é aquele que promove: incentivo ao parto vaginal; incentivo ao aleitamento materno (preferencialmente nos primeiros momentos de vida do bebê); alojamento conjunto com o bebê; presença de acompanhante; redução de intervenções tecnológicas desnecessárias como a episiotomia (corte feito na região genital para facilitar a passagem do bebê), aplicação de ocitocina artificial e medicalização; estímulo às técnicas mecânicas de alívio da dor (massagens, banhos, caminhar livremente); abolição de práticas como enema (também conhecida como lavagem intestinal) e tricotomia (raspagem de pêlos).

O parto normal também é vantajoso para o bebê, pois além de ir direto para os braços da mãe e poder mamar logo que nasce, ele é poupado de procedimentos e exames físicos, ou o de profilaxia da oftalmia neonatal, imediatamente após o nascimento. Se o cordão umbilical é cortado após parar de pulsar, o bebê ainda tem os benefícios como uma quantidade extra de ferro, o que evita a anemia neonatal.

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