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FOLHA DE SÃO PAULO

Motta pode trocar MDB pelo comando do PRB

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publicado em 12/03/2018 às 12h00
atualizado em 12/03/2018 às 10h04

Além da promessa de uma boa fatia do fundo eleitoral, partidos estão ofertando o comando das legendas em municípios e estados para atrair deputados e engordar seus quadros durante a janela partidária iniciada na quinta (8).

“Nos estados, o comando estadual é sempre o grande atrativo”, explica a deputada Renata Abreu (SP), presidente do Podemos.

O partido, que tem o senador Álvaro Dias (PR) como pré-candidato à Presidência, espera sair dos atuais 16 deputados e chegar a ao menos 21.

Com a promessa da presidência estadual, legendas menores devem levar nomes de partidos grandes.

Saído do anonimato depois que comandou a CPI da Petrobras, o deputado Hugo Motta estuda deixar o MDB pelo PRB em troca do comando da sigla na Paraíba.

O MDB deve perder cerca de dez deputados, mas o líder do partido, Baleia Rossi (SP), espera que número equivalente ingresse na legenda de Michel Temer. Um dos principais defensores do presidente, o deputado Beto Mansur (SP), hoje no PRB, está de malas prontas para o partido.

O DEM, que lançou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), pré-candidato à Presidência na semana passada, espera receber oito novos deputados e não perder nenhum.

“O comando ou conciliação dos interesses dos deputados nos diretórios municipais e estadual tem peso decisivo”, reconhece o líder do partido, Rodrigo Garcia (SP).

O deputado diz que, no DEM, o valor do fundo a que cada candidato terá direito só será definido depois da janela, em 7 de abril.

Esses recursos, que podem chegar a R$ 2,5 milhões por candidatura de deputado, são o principal motivo de infidelidade partidária.

Folha mostrou em fevereiro, antes da abertura oficial da janela, o intenso mercado de deputados federais nos corredores do Congresso com ofertas patrocinadas pelos cofres públicos.

A deputada Leandre (PR), líder do PV na Câmara, diz que está conversando com interessados em ingressar na legenda, mas que as ofertas financeiras dos concorrentes dificultam a prospecção.

“Ainda não sei quais estão certos [de entrar no partido], até por que você deve estar acompanhando o comércio que virou essa janela. Tem que ter espírito”, diz Leandre.

DE SAÍDA

Se a concessão do comando dos partidos é motivo para entrar em novas siglas, também é razão para sair.

O atual líder do PSL na Câmara, Alfredo Kaefer (PR), está de mala feita para deixar a legenda depois da chegada do presidenciável Jair Bolsonaro (RJ), que deixou o PSC.

“De pronto, quando o Bolsonaro entrou, eles já cancelaram as executivas estaduais. Fizemos um trabalho de muitos anos e, de repente, somos avisados de que outro nome assumiria”, diz Kaefer, que negocia seu destino. O PSL pode ter mais uma baixa, mas deve obter oito quadros. A bancada tem três nomes.

Folha de São Paulo

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