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Falta de regulamentação prejudica bugueiros

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publicado em 18/02/2018 às 11h56
atualizado em 19/02/2018 às 05h40
Foto: Paulo Rogério/Arquivo Pessoal

Transformar um hobby em trabalho é motivo de satisfação para o bugueiro Paulo Rogério Melo, 45 anos. O motorista e guia turístico trabalha há 16 anos nas praias da Paraíba. Ele começou a atuar no setor depois de fechar sua empresa de distribuição de jornais. Porém, a falta de uma legislação específica dificulta o trabalho de bugueiros na Paraíba.

Ao Portal MaisPB a diretora e conselheira dos transportes turísticos da Sescoop, Paola Vilar, explicou que reuniões com o Ministério do Turismo, PBTur e Departamento de Estradas e Rodagem (DER) já foram agendadas para resolver o impasse. Por ser um veículo artesanal, o bugue não tem regulamentação pelo MTur para fazer transporte turístico na Paraíba.

“No Rio Grande do Norte e Ceará o bugue é muito forte. Falta regulamentação estadual e municipal para eles serem legais para fazerem o transporte. É importante para o turismo e para o pai da família garantir seu sustento. É um trabalho honesto. Você mostra nosso litoral e forma bonita e para o turista é uma maravilha. Os bugueiros estão sofrendo com isso”, explicou.

Cooperativa torna bugueiros mais fortes

Desde criança, Paulo tinha contato com bugue e sempre gostava dos passeios com a família. “Meu pai tinha bugue, sou acostumado desde pequeno a andar nesse tipo de veículo, gosto muito”, comenta. Em 2002, a convite de amigos que trabalhavam com turismo e passeios de bugues, ele começou a fazer viagens turísticas e se apaixonou pelo trabalho.

Como era acostumado a andar com o pai em todo litoral paraibano, não teve dificuldades de mostrar aos visitantes os diversos pontos turísticos. As praias, trilhas e curiosidades. Paulo sabe de tudo um pouco e gosta de falar aos seus clientes. “Para trabalhar com turismo tem que gostar de pessoas”, disse Paulo.

Foto: Paulo Rogério/Arquivo Pessoal

O grupo de amigos bugueiros foi crescendo e tomando proporções maiores, então resolveu montar uma associação organizar e se profissionalizar. A associação cresceu e tornou-se Cooperativa de Trabalho dos Guias – Bugueiros do Turismo e Lazer do Estado da Paraíba, a Coopermix.

Com isso o trabalho ficou mais organizado com documentação e licença de órgãos estadual e municipal para trabalhar. Atualmente são 15 bugues e 25 carros de receptivo.

Marcos Nascimento é presidente da Coopermix desde a fundação, em 2014. Ele foi até Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) que é integrado do Sistema Cooperativista Nacional e também o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado da Paraíba (OCB-PB) e conseguiu ter toda a orientação necessária. “Fizemos fardas, adesivos dos carros, abrimos conta no banco, declaramos imposto de renda, tudo que uma cooperativa precisa para funcionar”, disse o presidente.

Além da padronização, todos os bugueiros fizeram cursos de guia turístico para melhorar o atendimento aos visitantes. “Os turistas ficam mais seguros em contratar um serviço de passeio em que os profissionais utilizam uma farda e carros com adesivos padrão”, afirma Marcos.

De acordo com Paola Vilar, diretora e conselheira dos transportes turísticos da Sescoop a cooperativa é uma solução para pequenos empreendedores, que juntos tornam-se mais fortes podendo competir, correr licitações, captar mais clientes e conquistar credibilidade dos usuários.

“É um trabalho honesto e importante para turismo da Paraíba. Os bugueiros mostram de forma muita bonita os pontos turísticos da nossa cidade”, comenta.

Juliana Santos – MaisPB

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