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GUERRA

Dois comandantes se ferem em tiroteio na Rocinha, Rio

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publicado em 16/02/2014 às 16h27

O comandante das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), Frederico Caldas, teve ferimentos leves durante novo tiroteio na Rocinha na manhã deste domingo (16). De acordo com a PM, por volta das 11h, o coronel teria se ferido no braço e na cabeça ao cair, quando tentava se abrigar dos tiros.

Na ocasião, ele acompanhava a operação policial na favela, iniciada em resposta a um ataque de traficantes na madrugada de domingo. Ainda segundo a corporação, ele foi atendido no Hospital Central da PM, onde foi submetido a uma radiografia e passa bem. A corporação informou ainda, por meio de nota, que a major Pricilla Azevedo, comandante da UPP da Rocinha, sofreu uma escoriação no pulso.

Moradores da comunidade chegaram a relatar que tanto ela quanto Caldas teriam sido feridos a bala. Já PMs que participam da operação disseram à reportagem do G1, na condição do anonimato, que o comandante das UPPs teria sido atingido por estilhaços de bala. A assessoria do Comando de Polícia Pacificadora (CPP), no entanto, negou as informações.

Ataque de traficantes

De acordo com a PM, a troca de tiros chegou a fechar o túnel Zuzu Angel para a circulação de veículos por mais de duas horas, segundo o Centro de Operações da prefeitura, depois que traficantes atearam fogo a objetos na via.

Ainda segundo a polícia, por volta de 3h30 da madrugada deste domingo, bandidos fizeram disparos entre as Ruas 1 e 2 da Favela da Rocinha. Duas pessoas ficaram feridas e um homem foi preso com uma pistola após a chegada dos agentes. O detido foi levado para a 11ª DP (Rocinha).

A Secretaria de Saúde informou que os dois baleados no tiroteio continuavam internados no Hospital Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul, até as 15h deste domingo. De acordo com a secretaria, um deles, que não teve o nome divulgado, foi atingido por um tiro na cabeça e passou por uma neurocirurgia. Outro ferido foi atingido superficialmente e se recuperava bem.

Intenso tiroteio

Segundo moradores da Rocinha, a troca de tiros foi intensa durante a madrugada. Uma mulher, que preferiu não se identificar por medo de represálias, contou ao G1 que saía de uma festa quando ouviu os disparos. "Não tinha polícia na hora. Eu estava saindo do pagode quando de repente começaram a atirar", disse.

Um outro morador, que também prefere não ter o nome revelado, enviou ao VC no G1 um vídeo em que são ouvidos muitos tiros durante o confronto. (Ouça ao lado). Em outro vídeo divulgado no Facebook, moradores se deitam para se esconder dos tiros. É possível escutar dezenas de tiros.
Túnel fechado

De acordo com o Centro de Operações, o túnel foi fechado inicialmente no sentido São Conrado às 4h06, mas depois foi totalmente interditado às 4h20, permanecendo assim até as 6h48. A PM informou que criminosos atearam fogo em alguns objetos na entrada do túnel para impedir a passagem de veículos, e atiraram em transformadores elétricos, o que deixou parte da comunidade sem energia.

A Light informou que alguns pontos da Rocinha estavam sem luz na manhã deste domingo até as 9h, porque os técnicos da companhia não entraram na comunidade para fazer os reparos por medidas de segurança. Apenas por volta de 9h30, funcionários da concessionária de energia elétrica conseguiram entrar na favela para iniciar os reparos.

Durante a manhã, o efetivo policial contava com o apoio de Policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Batalhão de Policia de Choque (BPChq) e de agentes deslocados de diversas Unidades de Policia Pacificadoras (UPPs). Apesar do fechamento, o trânsito ficou sem retenções na região já que um desvio foi feito pela Avenida Niemayer durante a madrugada. Cerca de 150 homens reforçavam o policiamento na região durante a manhã deste domingo.

Histórico de tiroteios

Confrontos entre policiais e traficantes vêm acontecendo na comunidade pacificada desde o início do ano. Na sexta-feira (14), outra troca de tiros assustou moradores da Rocinha por volta das 13h. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), o tiroteio era entre policiais e supostos criminosos.

G1

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