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morte encefálica

Maioria das famílias não permite doação de órgãos

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publicado em 13/12/2017 às 14h21
atualizado em 13/12/2017 às 15h32

Cerca de 70% dos familiares de pessoas que têm morte encefálica não permitem a doação de órgãos. A informação é do médico, João Alberto, diretor do Departamento de Investigação do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM).

Em entrevista ao programa Rádio Verdade, da Arapuan FM,  o médico disse que a grande dificuldade para os familiares aceitarem a morte do parente se deve ao fato do coração ainda continuar batendo.

Entrretanto, segundo ele, mesmo com o coração batendo nunca houve causo de reversão da morte cerebral de um paciente.

“A população em geral  acredita que enquanto o coração bate há vida. Hoje esse conceito mudou. O coração bate, mas não há mais vida, não há mais cérebro. A consciência acabou, a dor e as sensações desapareceram e em breve todas a sequência hormonal das pessoa vão começar alterada comprometendo todos os órgãos.  Mas para a população entender isso é muito difícil”, destacou.

De acordo com o médico, não existe nenhum caso de erro cerebral devido a grande quantidade de exames que são realizados antes da captação de órgãos e tecidos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou ontem critérios mais rígidos para definir morte encefálica. A mudança nos procedimentos tem impacto no processo de doação e transplante de órgãos, que só pode ser iniciado depois do consentimento da família e da confirmação da morte cerebral do paciente a partir da realização de vários exames.

A partir da nova resolução – aprovada pelo CFM -, além do neurologista, outros especialistas como médico intensivista, neurocirurgião ou médico de emergência, poderão diagnosticar o fim da atividade cerebral do paciente. Segundo o conselho, considera-se que houve morte cerebral quando o paciente tem parada irreversível da respiração e de todas as funções do cérebro, incluindo o tronco.

Roberto Targino –  MaisPB

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