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Morte no Juliano Moreira chega à Câmara

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publicado em 12/12/2017 às 18h55
atualizado em 13/12/2017 às 04h03

O deputado federal Benjamin Maranhão (SD) usou a tribuna da Câmara Federal, nesta terça-feira (12), para falar sobre o assassinato do microempresário de Araruna Jonathan do Vale Ribeiro, de 24 anos, dentro do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, em João Pessoa. O parlamentar solicitou ainda que o Conselho Regional de Medicina, a Comissão de Direitos Humanos da Casa e também o Ministério Público acompanhe o caso, bem como, para que o Governo do Estado investigue e puna os culpados.

“Quiseram encobrir um crime, porque essa não foi uma morte natural, como alegou a Direção do Hospital Psiquiátrico. Ele foi brutalizado, foi estrangulado, sofreu violência tremenda, facilmente verificada pelo número de hematomas, pelo afundamento de face e, principalmente, por uma grande mancha no pescoço”, relatou. O deputado disse que após perceber que não se tratava de uma morte natural, a família fez o boletim de ocorrência, e só assim ele foi encaminhado à necropsia.

Jonathan enfrentava um quadro de depressão que se agravou para um surto. Temendo que ele acabasse com a sua vida ou de outras pessoas, a família o levou para o Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira no último dia 5 de dezembro. “O paciente foi entregue pela família, que tinha certeza de que, por se tratar de um hospital público do Estado, daria a ele um tratamento digno, mas cinco dias depois o corpo de Jonathan apareceu inerte, jogado em uma enfermaria”, relatou.

Benjamin afirmou que casos como esses revelam a omissão da classe política e do poder público em relação à forma como são tratados os pacientes psiquiátricos no Brasil. Ele destacou que os municípios pequenos não têm recursos e nem estrutura para acolher ou tratar pacientes em surto e que não existem leitos nos grandes centros. “Fica a pergunta: o que se faz com os pacientes que possuem problemas e que são violentos? Louvável por um fim nos manicômios, mas seria necessário estruturar toda uma rede, que funciona lindamente no papel, mas na prática inexiste”, afirmou.

“O que nós temos que analisar em relação a isso? A tragédia que aconteceu com Jonathan é irreversível. A morte de um jovem trabalhador, microempresário, que passava por uma depressão, mas que, tranquilamente, com a medicação correta e a devida assistência, poderia ter resolvido isso. Não há como voltar atrás. O sofrimento da família já está posto, e o trauma para a sociedade local também. Mas nós precisamos rever toda a política de saúde mental do País”, considerou.

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