João Pessoa, 05 de dezembro de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Vôlei

Tiffany assina contrato e se torna a 1ª jogadora trans na Superliga

Comentários: 0
publicado em 05/12/2017 às 17h09
atualizado em 05/12/2017 às 14h10
Foto: GE

A ponteira Tiffany será a primeira trans brasileira a atuar na Superliga feminina. Nesta terça-feira(5), Bauru anunciou sua contratação para a sequência da temporada 2017/18. A atleta treina junto do elenco bauruense desde julho deste ano, quando chegou para se recuperar fisicamente.

“O surgimento do Bauru em minha vida foi muito legal, porque mesmo na Europa, eu sempre acompanhava os jogos. E quando recebi o convite para vir para o time me recuperar, fiquei muito feliz e não pensei duas vezes. É um time guerreiro que luta muito e espero que possa ajudar e só somar a esta equipe tão batalhadora. A liga feminina brasileira é uma das mais fortes do mundo e o meu nível não é diferente de nenhuma das meninas. E sei que terei muitas dificuldades contra as quais terei de lutar para ajudar a equipe. Estou muito feliz com este acerto, pois, além de voltar a atuar no meu país, ainda vou estar mais perto dos meus familiares”,  destaca Tifanny.

A goiana Tiffany tem 33 anos (nasceu Rodrigo Pereira de Abreu) e disputou a Superliga masculina no Brasil, além de outros campeonatos entre os homens antes de fazer a transição de gênero. No início de 2017, a ponteira recebeu a permissão da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) para competir profissionalmente entre as mulheres.

Tíffany pretendia se recondicionar na equipe paulista para depois retornar à Europa, mas acabou ficando em definitivo ao aceitar a proposta. Mesmo contratada, a estreia ainda está indefinida e depende da documentação de inscrição. Desde 2016, o COI (Comitê Olímpico Internacional) permite a participação de homens em competições femininas, mas com a testosterona controlada. Não há a necessidade de cirurgia de mudança de sexo.

“A primeira [regra] era só para quem tinha feito a cirurgia, que é o meu caso, e a segunda é a que tem de estar com a taxa de testosterona abaixo de 10, que também é o meu caso. Quem não se enquadra, especialmente na taxa de testosterona, é considerado doping e pode ser punido com suspensão de dois anos das competições”, comenta a atleta.

Com 12 pontos, o Bauru é o nono colocado na Superliga e volta à quadra no domingo, quando encara o São Caetano, no ginásio Panela de Pressão, em Bauru.

GE

Leia Também