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Solidariedade

Jovens raspam cabelo por causa de amigo com câncer

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publicado em 24/11/2017 às 14h20
atualizado em 24/11/2017 às 11h24
Foto: Arquivo Pessoal/Matheus Marcondes

Quatro amigos, moradores de Taubaté (SP), rasparam o cabelo em solidariedade à um amigo da turma que está em tratamento contra linfoma de Hodkin, um tipo de câncer considerado raro e que atinge o sistema imunológico.

Após perder peso, apetite e notar o aparecimento de caroços no pescoço, axila e virilha, o estudante Matheus Marcondes de Almeida, de 16 anos, descobriu no último mês de outubro ser portador da doença.

“A descoberta foi bem difícil porque não sabíamos de nada, minha mãe corria atrás de exames e consultas. Eu estava muito fraco, cansado e magro por causa da doença e ela não aguentava mais me ver assim”, disse.

Por causa dos exames, Matheus passou a faltar nas aulas e pediu afastamento da escola. Ele também abandonou as partidas de futebol e passou a estudar em casa.

O “sumiço” do adolescente despertou a curiosidade dos amigos, que quando souberam da doença, decidiram fazer a homenagem.

“Eles disseram que iriam raspar a cabeça para me dar força e vieram em casa. É esse tipo de homenagem que me dá forças para continuar lutando. No começo eu achei ‘doideira’, mas ver eles fazendo isso por mim me deixou muito feliz”, disse.

Tratamento

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o linfome de Hodgkin pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum entre os 15 e 40 anos. Quando descoberta a doença, o tratamento inicial é feito com quimioterapia e, em alguns casos, com a radioterapia, o que provoca queda dos cabelos.

Matheus já começou o tratamento e terminou na semana passada o primeiro ciclo de quimioterapia. “Os caroços já estão quase sumindo e a previsão é que o tratamento acabe daqui a seis ou dez meses. Estou determinado e focado com o tratamento”, disse.

O estudante Gustavo Ferreira de Lima, 16 anos, é um dos amigos que raspou o cabelo e disse que está feliz por ver o amigo reagir bem ao tratamento.

“Percebemos que o cabelo dele ia cair e decidimos mostrar que ele não estava sozinho. Era o mínimo que podíamos fazer pela nossa amizade. Fiquei triste com a notícia, mas agora estou feliz porque ele está melhorando a cada dia”, disse.

Além de Gustavo, a turma do Matheus tem outros quatro amigos, que ainda se revezam para tentar animá-lo. E esse, parece um “remédio” que tem dado muito certo.

“Uma vez por semana eles vem em casa para quebrar a rotina. O nosso grupo tem seis garotos, sempre unidos desde o ano passado. Chegar a esse ponto foi tão especial e maravilhoso, que não esperava. Todos os dias recebo várias e várias mensagens dos meus amigos e isso está me ajudando muito”, concluiu o estudante.

G1

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