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Trauma atendeu quase 10 mil vítimas de quedas

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publicado em 24/09/2017 às 11h46
atualizado em 24/09/2017 às 15h09
Hospital de Trauma, em João Pessoa

Uma distração, um chão molhado, um buraco no caminho. Do início deste ano até o mês de Agosto, o Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena registrou 9.712 atendimentos por queda. A faixa etária com maior ocorrência é de crianças de 1 até 4 anos.

Com exatos 1.650 registros até agosto, os números refletem a fase da descoberta. Logo atrás, o Hospital fez 919 atendimentos às crianças de 5 até 9 anos.

Em 2015 e 2016, os pequenos também lideraram os rankings, com uma só diferença: os bebês de até 1 ano estiveram em segundo lugar, com uma média de 739 registros. As outras idades – dos 10 até os 100 anos – mantêm uma média que não chega a 400 atendimentos.

Para evitar um acidente mais grave, os pais precisam estar atentos. De acordo com o pediatra Fabiano Alexandria, a vigilância é fundamental. Além de criar um ambiente seguro, ficar atento à idade apropriada para utilizar os brinquedos é importante.

“Uma criança que ganha um patinete com 3 anos, talvez não seja a melhor idade”, alertou o pediatra. Lugares que tenham escada também devem ser separados por divisórias, impedindo as crianças de transitar pela área.

Crianças são destemidas. Segundo Fabiano, na fase de crescimento, principalmente nos primeiros anos, é comum não ter medo de se arriscar. O pediatra explica: “Acontece por causa da imaturidade psicológica, [a criança] não tem o mesmo reflexo nem sensação de perigo, ela acaba se expondo mais”.

Sabendo desse lado aventureiro que toda criança tem, é crucial se manter em alerta. Mas mesmo alerta, as vezes é difícil evitar um tombo. Nessas situações, a observação vai ser decisiva na hora de saber como proceder.

Nem sempre é preciso levar a criança até o hospital. Caso após a queda, ela não demonstre qualquer comprometimento na parte motora, nem tonturas, e volte rapidamente a brincar, o acompanhamento pode ser feito de casa mesmo, pelos pais.

A atenção maior vai ser necessária em condições mais extremas. “Se a criança foi projetada, caiu de mais de um metro, precisa de uma avaliação profissional nesses casos”, cita Fabiano.

Pode dormir depois da queda?

É comum ouvir que após uma queda onde sofra pancada na cabeça, a vítima não possa dormir. Mas de acordo com o pediatra, a informação não passa de uma má interpretação.

“Às vezes a gente pergunta se deu sonolência e as pessoas confundem achando que não pode dormir, mas pode dormir tranquilamente”, explicou.

Segundo Fabiano, o sono só passa a ser indício quando muda completamente seu padrão. Nos outros casos, a rotina da criança deve ser respeitada.

“Imagine se uma criança cair 11h da noite, a mãe não vai deixar a criança dormir, e ela vai ficar irritada e vai até atrapalhar o diagnóstico, porque a gente não sabe se ela está irritada por não conseguir dormir ou por conta da queda”, acrescentou Fabiano.

Além de todas as orientações, um fator fundamental deve ser levado em conta:  o sexto sentido das mães.  “A mãe é muito perceptiva, ela percebe quando a criança não está bem”, contou Fabiano.

Caroline Queiroz – MaisPB

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