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Odilon Fernandes – advogado, escritor, professor e procurador federal aposentado.

Coisa relevantes para imigrante que observei nos EUA

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publicado em 30/06/2017 às 17h24

Acredito que as minhas observações decorrentes de razoável tempo que já vivi nos Estados Unidos sejam importantes para os potenciais imigrantes que ali pretendem viver.

Como em todas as partes do mundo há coisas boas e ruins naquele País.

Como todos sabem causa espanto que lá se encontre a maior população carcerária do mundo, que a pobreza infantil está muito acima do que se pode imaginar, atingindo índices superiores aos 20% (vinte por cento), também constatamos que na relação empregatícia o trabalhador não tem direito a 13º (décimo terceiro) salário, não tem direito ao fundo de garantia, não tem direito a aviso prévio e até as férias se restringem a períodos curtíssimos a depender muito mais da liberdade do empregador do que de uma legislação que as regulamente e esse descanso também só é assegurado após considerável tempo no emprego, aqueles que pretendem gozar vocationsmais elásticas, mais longas, tem que banca-las com os próprios recursos, inexistindo o abono de 1/3 (um terço) de férias consagrado no Brasil.

O acesso a saúde é algo que representa um custo financeiro elevadíssimo e embora garantindo o atendimento de urgência ou emergência, a conta é posteriormente apresentada e o atendido se não dispuser de recursos integrais para paga-la restará por cinco, dez, vinte anos ou até mais. Outro aspecto que nos causa estranheza é que aquele País em pouco mais de 100 (cem) anos revelaram uma faceta extremamente beligerante atacando militarmente mais de 150 (cento e cinquenta) países. Coisa estranha e que pouquíssimos sabem é que nos Estados Unidos as mulheres não tem licença maternidade, tendo que deixar o emprego quando querem acompanhar os filhos durante os primeiros meses de vida deste. Ali se fala muito em direitos humanosmas a criação do Estado americano repousa sobre a morte, genocídio de mais de 8 (oito) milhões de seus habitantes nativos. País conservador no qual sempre se clama pelas graças de Deus esterilizou na segunda metade do século passado quase metade das mulheres nas reservas indígenas a revelia da vontade destas.

Nos Estados Unidos verificamos que o custo de um curso superior numa Universidade daquele País gira em torno de 80 (oitenta) a 100(cem) mil dólares em média.

Entretanto muitas outras coisas são muito, muito mesmo positivas na terra do Tio Sam, o ensino básico e médio concentra-se quase que na totalidade em escolas públicas decentes queoferecem infraestrutura e conforto admiráveis com raríssimas exceções. Naquele país é admirável e elogiável o fato de que a maioria das crianças não se expõe na mídia ou em qualquer lugar de forma imprópria, esta fase da vida havendo nos programas de TV uma adequação e zelo com aquilo que é apresentado diuturnamente para as crianças e as famílias. Ainda entre muitas outras coisas positivas observamos que o americano em regra, não procura demonstrar status como faz o brasileiro, sendo uma sociedade horizontal em que pobres e ricos se respeitam e constroem uma convivência que enriquece a todos do ponto de vista educacional. Não se pode deixar de registrar que é muito agradável a sensação de segurança que se tem ao caminhar nas ruas das cidades americanas, durante o dia ou durante a noite, registramos ainda que proporcionalmente o custo de vida americano é muito menor que aqui no Brasil. São muitos os locais em que se pode conviver com a natureza de uma forma mais próxima, pois é comum a existência de grandes parques e reservas em quase todas as cidades americanas.

Elogiável ainda é o fato de que as oportunidades de emprego são muito grandes e leva-se bastante em consideração a experiência profissional do obreiro, vendo-se pessoas de todas as nacionalidades contratadas pelo mercado de trabalho, tendo você por essas e outras circunstâncias a oportunidade de manter contato com inúmeras outras culturas, enriquecendo-se pessoalmente.

Naquele país as pessoas são mais simples no que diz respeito as suas aparências do que aqui no Brasil, sentem-se a vontade como quer que estejam de pijama, bermuda, sem a compulsão pela beleza. Corrupções muitas vezes menores que no Brasil e uma justiça que funciona muito melhor e que em regra pune ricos e pobres diferentemente do que vimos aqui até bem pouco tempo. O pobre nos Estados Unidos não é tão pobre quanto em nosso meio, tem uma qualidade de vida bem melhor e há muito mais oportunidades de prosperar.

A liberdade de expressão reveste-se de uma importância que eleva aquele país a condição de maior democracia do mundo, você pode criticar quem quer que seja sem as sanções tão comuns que em outros países do mundo.

Concluindo, podemos dizer que os EUA são um ótimo país para se viver, apesar de aspectos que diante de nós parecem ruins, para os americanos e os imigrantes já se incorporou ao dia a dia de todos onde se observa que a maioria dos países do mundo está muito distantes de chegar ao padrão de vida em nível de desenvolvimento comum dos Estados Unidos.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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