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PF cumpre mandado de condução coercitiva contra o presidente da Alerj

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publicado em 29/03/2017 às 13h42
Brasília - O presidente da Alerj, Jorge Picciani, durante coletiva sobre o acordo que prevê empréstimos ao Rio de Janeiro de R$ 6,5 bilhões (Valter Campanato/Agência Brasil)

Policiais Federais cumprem hoje (29) um mandado de condução coercitiva contra o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani. Também estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão contra integrantes do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio).

Os mandados de prisão são resultado das investigações da Operação Lava JatoEm nota, a PF informou que as ações foram determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no curso de um inquérito judicial que tramita na Corte. Para cumprir as ações determinadas, quase 150 policiais federais foram especialmente destacados.

Jorge Picciani é pai do ministro dos Esportes do governo Michel Temer, Leonardo Picciani (PMDB).

Os alvos da Operação O Quinto do Ouro, segundo a PF, são investigados por fazerem parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter regularmente desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do Estado, em especial membros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e da Assembleia Legislativa do Estado. As informações que embasaram a decisão do Superior Tribunal de Justiça tiveram origem numa colaboração premiada realizada entre dois investigados e a Procuradoria-Geral da República.

A operação investiga a suposta participação de membros do TCE-RJ os quais seriam responsáveis por zelar pelos atos firmados pelo Estado, no recebimento de pagamentos indevidos oriundos de pagamentos indevidos de contratos firmados com o Estado do Rio em contrapartida ao favorecimento na análise de contas/contratos sob fiscalização no Tribunal. Além disso, agentes públicos teriam recebido valores indevidos em razão de viabilizar a utilização do fundo especial do Tribunal de Contas do Estado para pagamentos de contratos do ramo alimentício atrasados junto ao Poder Executivo do Estado do Rio, recebendo para tal uma porcentagem por contrato faturado.

No total são mais de 43 mandados, a maioria deles na cidade do Rio de Janeiro, mas também em Duque de Caxias e São João do Meriti, na Baixada Fluminense. Por se tratar de uma investigação que tem como alvos membros de um Tribunal de Contas Estadual, os trabalhos correm sob a Presidência de um Ministro do STJ no curso de um inquérito judicial.

O nome da operação é uma referência à figura histórica do “Quinto da Coroa”, um imposto correspondente a 20% que a Coroa Portuguesa cobrava dos mineradores de Ouro no período do Brasil Colônia. Uma das mais conhecidas formas de recolhimento ocorria mediante a obtenção de “certificados de recolhimento” pelas casas de fundição. Apesar do rigor na criação de urna estrutura administrativa e fiscal, visando sobretudo a cobrança dos quintos, o imposto era desviado.

Afonso Sardinha, o moço, em seu documento (1604) declarou que guardava o ouro em pó em vasos de barro. Outro uso comum era o de imagens sacras ocas para esconder o ouro (daí a expressão “santo do pau oco”).

Em 2015, a série especial O Rio de Janeiro na Lama, do Jornal da Record, mostrou como a crise financeira já tomava conta do estado fluminense e como políticos conseguiam prosperar e se manter no poder.

R7

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