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‘EXECUÇÃO’

Brasileiro morto no México teria se envolvido com mulher de traficante

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publicado em 13/01/2015 às 12h09

O corpo de um empresário catarinense foi encontrado sábado no resort onde ele estava hospedado em Playa Del Carmen, no México, a 50 quilômetros ao sul de Cancún. Dealberto Jorge Silva, de 35 anos, estava na cidade juntamente com o irmão, Fernando Silva, para participar do casamento de um amigo. Dealberto teria caído do hotel, de uma altura de 12 metros, mas não se sabe se ele se jogou, caiu ou foi empurrado. Fernando, que era dado como desaparecido, fez contato por telefone com a família no domingo e nesta segunda-feira. Segundo o “Jornal Nacional”, da TV Globo, Fernando estaria agora com a polícia mexicana, a caminho da Cidade do México.

Segundo uma troca de mensagens entre Dealberto e amigos que também participavam da viagem ao México, a suspeita é que os irmãos teriam se envolvido com a mulher de um criminoso. Em um grupo do WhatsApp, amigos relataram desespero ao saber do desaparecimento dele e do irmão. Um deles, que os acompanhava em uma festa, afirma que Dealberto, chamado de “Felfinha”, saiu do local com uma russa, e, logo depois, Fernando também deixou o evento.

Em outra mensagem, Dealberto pede ao mesmo amigo que se cuide e conta ter salvado o irmão de um sequestro no hotel em que estavam. “Cara, tô indo para o hotel. Se cuida. Tentaram sequestrar meu irmão agora. Se eu não chego a tempo no hotel, tinham pegado ele. Torço a Deus para ser preso e não morto, irmão, só isso”.

Ao relatar o ocorrido, uma amiga afirma que Dealberto ficou com uma russa, que seria mulher de um traficante. A jovem diz que criminosos teriam invadido o hotel atrás de Dealberto e plantado drogas no quarto dos irmãos. Fernando estaria escondido por medo deles e de uma possível acusação por tráfico de drogas.

Na casa da família, em Jaraguá do Sul (SC), parentes aguardam nova ligação de Fernando, que realizou rápido contato com os familiares ontem. No domingo, ele telefonou para casa e contou estar sendo perseguido. A ligação foi interrompida pouco tempo depois.

Os amigos teriam recebido um áudio pelo Whatsapp em que o empresário afirma que está sendo perseguido, e cita uma mulher russa. Um amigo, que pediu para não ser identificado, afirmou ao Extra que a polícia está investigando a participação da mulher no caso.

“Meu irmão, estou para ser sequestrado por aquela amiga do Marchetti, a russa. Está muito f*, tem muita gente, está muito estranho. Avise à Polícia Federal, alguma coisa assim, cara, que eu estou muito f*. Estou passando em frente ao Hotel Royal, em Cancún, em Playa Del Carmen, e está todo mundo me olhando. Já tá vindo carro, ó, já deu coisa estranha. Muito estranho. Só avise à imigração de problemas, por favor, avise à polícia. Muito estranho”. A gravação termina de repente.

Os rapazes viajaram ao México com amigos em 2 de janeiro. No Facebook, a última mensagem de Dealberto foi em 7 de janeiro. De acordo com um amigo da família que preferiu não se identificar, o empresário caiu do hotel:

— É um incógnita muito grande. Não sabemos se ele foi alvo de sequestro, se eles foram perseguidos. Eles conheceram uma russa lá, parece que tinha conchavo com a máfia, é um negócio muito sério. Eles disseram que não sabiam se a polícia de lá estava junto. Não sabemos se ele estava fugindo das pessoas, o que aconteceu. A gente acha que ele estava assustado, os caras devem ter entrado no apartamento, e eles correram.

A polícia mexicana está investigando o caso. O Itamaraty informou que o consulado do Brasil no México está em contato com as autoridades mexicanas para acompanhar as investigações. A causa da morte não foi confirmada pelo órgão. Segundo a imprensa americana e mexicana, a máfia russa mantém ligações com o cartel mexicano, um dos mais violentos do mundo.

Os pais de Dealberto e Fernando ficaram ontem esperando telefonemas do filho. Na manhã de ontem, segundo uma pessoa próxima da família, Fernando ligou e falou poucos minutos para pedir que fizessem um depósito de dinheiro, mas logo desligou:

— Ele ligou duas vezes: a primeira, para dizer que estava escondido e não falou mais nada; e a segunda, para pedir o dinheiro para pagar o hotel. Mas ele não falava nada com nada. Eles fizeram o depósito, mas o valor não foi sacado. Fernando garantiu que ligaria de novo, mas ninguém sabe se ele foi sequestrado, se estava com alguém ou se houve algum problema.

Essa pessoa não soube dizer quanto dinheiro foi repassado a Fernando. Disse que a família desconfia que ele possa ter sido dopado. Os parentes também acham que o áudio postado na internet é de Fernando, e não de Dealberto. Também não sabem se é verdadeira a informação de que os dois se envolveram com a mulher de um traficante, que no áudio é identificada como “russa”. Segundo essa fonte, os pais não teriam mais dúvidas, porém, de que Dealberto está morto, porque o corpo teria sido reconhecido por uma amiga. Quando o corpo foi achado, houve confusão sobre a identidade, pois Dealberto estava com o passaporte de Fernando.

Na casa da família, em três telefonemas do GLOBO ontem, quem atendeu o telefone, com o nome de Fernando, disse que a família não falaria com ninguém, pois, além de abalados, queriam que o telefone ficasse livre:

— Não liguem mais para cá, estamos aguardando uma ligação — apelou, ao desligar.

Dealberto e Fernando foram a um casamento com amigos, que teriam voltado. Os irmãos teriam ficado mais alguns dias no país para participar de uma festa de música eletrônica.

Extra

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